Homem é diagnosticado com 'síndrome da face demoníaca' nos Estados Unidos; entenda a doença

Análise de cientistas identificou prosopometamorfopsia, distúrbio neurológico extremamente raro

Escrito por Redação ,
analise cerebral em estudo científico
Legenda: Estudo diagnosticou prosopometamorfopsia, conhecida como "síndrome da face demoníaca"
Foto: Shutterstock

Um homem de 59 anos morador do Tenessee, nos Estados Unidos, foi analisado por cientistas após relatar que passou a enxergar pessoas ao redor com os rostos distorcidos. Segundo ele, a situação teria começado há três anos, quando ele viu, pela primeira vez, o colega de quarto com a boca esticada, orelhas apontadas para cima, olhos puxados e narinas dilatadas. 

Desde então, o medo aumentou porque todas as pessoas com as quais cruzava pareciam ter a mesma aparência. O homem, então, resolveu procurar ajuda científica para elucidar a questão, já que ele possuía consciência de que as pessoas não tinham nenhum problema na face. 

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O caso foi publicado na última semana pela revista The Lancet. Conforme os dados analisados pelos cientistas, ele foi diagnosticado com prosopometamorfopsia (PMO, na sigla em inglês), conhecida como "síndrome da face demoníaca", distúrbio neurológico extremamente raro, que pode ser confundido com a esquizofrenia.

Geralmente, aponta o estudo, ela pode causar distorções durante todo o tempo, tanto nos rostos de pessoas como em telas ou papel, dificultando aos pacientes a tarefa de identificar a distorção como algo que não é real. 

O material publicado pela The Lancet apontou que o homem não possui nenhuma anormalidade geral de função cognitiva e nenhum problema com a visão. Até então, nenhuma análise laboratorial teria sido realizada sobre a condição do norte-americano. 

O paciente, identificado pelo The Times como Victor Sharrah, possui histórico de transtorno afetivo bipolar e transtorno de estresse pós-traumático. Além disso, sofreu ferimento na cabeça aos 43 anos, passando por hospitalização, e também uma possível intoxicação por monóxido de carbono aos 55 anos de idade.

"Nosso relatório é especialmente interessante porque [...] podemos ter certeza de que as distorções de suas visualizações refletem com precisão o que ele experimenta”, afirmou Brad Duchaine, professor de Dartmouth, co-autor do novo estudo.

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