O cardeal protodiácono será quem anunciará o novo papa após o conclave, ritual de eleição que começa nesta quarta-feira (7), no Vaticano. Atualmente, a função é ocupada pelo francês Dominique Mamberti, que, se não for eleito pontífice, é quem dirá "Habemus papam" ao revelar o bispo de Roma ao mundo.
Da varanda da basílica de São Pedro, o religioso que estiver exercendo o cargo proferirá, em latim: "Annuntio vobis gaudium magnum: habemus papam!" ("Anuncio-lhes com grande alegria: temos papa!", em tradução). Em seguida, o sucessor do papa Francisco aparecerá e pronunciará a bênção "urbi et orbi" (À cidade e ao mundo).
Além de Mamberti, 132 cardeais, sendo sete deles brasileiros, participam do conclave, que acontece a portas fechadas na Capela Sistina a partir desta quarta.
Reunidos e isolados de contato com o exterior, os clérigos realizam quatro votações por dia, sendo duas pela manhã e duas à tarde, nas quais apontam quem gostariam que fosse o novo papa.
Após as sessões, dois apuradores abrem os papéis e leem silenciosamente os nomes, enquanto um terceiro os pronúncia em voz alta. As cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas no fogareiro.
Geralmente, o novo pontífice é escolhido entre os cardeais que estão no conclave, mas não há regras que impeçam que alguém que está fora seja eleito.
Caso um candidato tenha conquistado dois terços dos votos, uma fumaça branca — produzida por produtos químicos — sai pela chaminé da Capela e anuncia ao mundo que "habemus papam". Já quando ninguém consegue a maioria, é liberada fumaça preta.
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Quem é Dominique Mamberti
Atual cardeal protodiácono, Dominique Mamberti nasceu em 7 de março de 1952 em Marrakech, no Marrocos. Filho de pais franceses, ele foi levado à França logo após o nascimento, o que lhe garantiu a cidadania francesa. É formado em Direito Público e Ciências Políticas e foi ordenado sacerdote em 20 de setembro de 1981, após ingressar no Pontifício Seminário Francês em Roma.
Então, formou-se em Direito Canônico e iniciou seus estudos na Pontifícia Academia Eclesiástica. Em seguida, ingressou no serviço diplomático da Santa Sé, em 1º de março de 1986. Serviu nas representações papais na Argélia (1986-1990), no Chile (1990-1993), nas Nações Unidas em Nova York (1993-1996), no Líbano (1996-1999) e na Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado (1999-2002).
Recebeu a ordenação episcopal em 3 de julho de 2002, após sua nomeação como Núncio Apostólico no Sudão, Arcebispo titular de Sagona e Delegado Apostólico na Somália. Em 19 de fevereiro de 2004, foi nomeado Núncio Apostólico na Eritreia.
Dois anos depois, em 15 de setembro de 2006, foi nomeado Secretário para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado pelo Papa Bento XVI, cargo que ocupou até meados de janeiro de 2015. Como Secretário, liderou diversas delegações da Santa Sé em encontros e conferências internacionais, especialmente na Assembleia Geral das Nações Unidas e na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
Em 8 de novembro de 2014, o Papa Francisco o nomeou Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica. Em 28 de abril de 2015, foi nomeado Presidente da Comissão dos Advogados.
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