EUA retiram diplomatas do Iraque após impasses nas negociações nucleares com o Irã
Tensões no Oriente Médio fizeram governo americano diminuir presença diplomática

O presidente americano, Donald Trump, disse em entrevista, na noite desta quarta-feira (11), que está reduzindo a presença de diplomatas e pessoal não essencial no Oriente Médio por ser um “lugar perigoso”.
"Eles estão sendo retirados porque pode ser um lugar perigoso, e veremos o que acontece. Mas eles foram, ou nós demos o aviso para se retirarem, e veremos o que acontece", disse Trump.
O impasse no programa nuclear iraniano é o principal ponto de tensão na região com Israel, que está em guerra contra o grupo terrorista Hamas e que tem ameaçado bombardear o país. Nos últimos meses, o governo americano tem negociado com o Irã um novo acordo que possibilite a paralisação do seu projeto nuclear de enriquecimento de urânio.
"Estou ficando cada vez menos confiante. Eles parecem estar adiando, e acho isso uma pena, mas estou menos confiante agora do que estaria há alguns meses", disse o presidente americano sobre o andamento das negociações, citando que o Irã teria “recuado”.
Desde o início da guerra em Gaza, grupos armados ligados ao Irã fizeram vários ataques contra tropas americanas, embora esses incidentes estejam diminuindo desde o ano passado, em paralelo às negociações ao acordo em negociação.
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Segundo autoridades do governo americano, a decisão de retirar parte do corpo diplomático e de pessoal não essencial foi tomada após uma revisão das condições de segurança do seu pessoal no exterior. Trump teria sido informado da medida.
Já o secretário de Defesa, Pete Hegseth, autorizou a saída voluntária de dependentes de militares que vivem em países como Iraque, Kuwait, Qatar e Emirados Árabes Unidos, com maior foco no Bahrein, onde há a maior concentração de familiares de tropas americanas.
No entendimento das forças militares americanas, uma retaliação do Irã contra os Estados Unidos se concentraria nessas regiões, movimento confirmado pelo ministro da Defesa iraniano, Aziz Nasirzadeh.
O Iraque, por exemplo, abriga cerca de 2,5 mil soldados americanos, mas também tem relações com o Irã, e mantém forças de segurança apoiadas por Teerã. A retirada parcial deve ocorrer em voos comerciais, mas o Pentágono já colocou unidades militares em prontidão caso seja necessário um apoio emergencial.