Estados Unidos aplicam sanções contra filhas de Putin e bancos russos
Maria Vorontsova e Katerina Tikhonova agora estão sujeitas ao congelamento de ativos nos EUA e isoladas do sistema financeiro americano
Os Estados Unidos anunciaram, nesta quarta-feira (6), novas sanções econômicas e financeiras contra a Rússia, que recaem especialmente sobre dois grandes bancos e duas filhas do presidente Vladimir Putin. A medida aumenta a pressão sobre a economia do país pela invasão à Ucrânia.
O presidente Joe Biden vinculou a escalada de sanções diretamente às provas reunidas de que as forças russas assassinaram deliberadamente civis em Bucha, uma cidade nos arredores de Kiev. "Deixei claro que a Rússia pagaria um preço severo e imediato por suas atrocidades", tuitou Biden.
Um alto funcionário americano explicou que Washington quer criar um "círculo vicioso", acumulando medidas contra Moscou. "Privamos (a Rússia) de capitais, privamos de tecnologia, privamos de talentos e o conjunto de medidas busca criar uma espiral que se acelera à medida que Putin mantém a escalada" militar, acrescentou o funcionário.
Além de impedir novos investimentos na Rússia, os Estados Unidos vão impor as sanções mais severas possíveis contra o banco público Sberbank que, segundo Washington, controla um terço dos ativos bancários da Rússia, e contra o Alfa Bank, o maior banco privado do país.
Isso significa que essas entidades, que já receberam sanções mais brandas, sofrerão o congelamento de todos os seus ativos "no sistema financeiro americano" e não poderão fazer nenhum tipo de transação com entidades ou cidadãos americanos, segundo a Casa Branca.
Veja também
Filhas de Putin
As novas sanções também recaem sobre duas filhas de Putin, Maria Vorontsova e Katerina Tikhonova, que agora estão sujeitas ao congelamento de ativos nos Estados Unidos e isoladas do sistema financeiro americano.
O mesmo tratamento será aplicado à esposa e à filha do ministro de Relações Exteriores Sergei Lavrov, assim como aos membros do Conselho de Segurança de Rússia, entre eles o ex-presidente Dmitry Medvedev.
"Estes indivíduos enriqueceram às custas do povo russo. Alguns deles são responsáveis por proporcionar o apoio necessário para sustentar a guerra de Putin contra a Ucrânia", assinalou a Casa Branca em comunicado. "Acreditamos que muitos ativos de Putin estão escondidos com membros de sua família e, por isso, eles estão na nossa mira", disse um alto funcionário americano aos jornalistas, referindo-se às duas filhas do presidente russo.
De forma quase concomitante ao anúncio dessas sanções, Washington informou que o bilionário russo Konstantin Malofeyev também seria alvo de punições.
O oligarca é considerado uma das principais fontes de financiamento dos separatistas pró-Rússia, na região do Donbass, no leste da Ucrânia, e é acusado de "tentar contornar as sanções" contra a Rússia.