O criminoso sueco Clark Olofsson, conhecido por dar origem à "Síndrome de Estocolmo", morreu aos 78 anos nesta quinta-feira (26), segundo informou sua família. O assaltante, que chegou a ser retratado na série da Netflix "Clark", foi condenado em diversas ocasiões por roubo à mão armada, tentativa de assassinato, tráfico de drogas e agressões.
Devido aos crimes, ele passou mais da metade de sua vida na prisão. A morte ocorreu após uma longa doença, conforme indicou uma fonte ao jornal Dagens ETC.
Em agosto de 1973, ele participou de um assalto a banco em Kreditbanken, localizado no centro de Estocolmo, na Suécia. Nessa ocorrência, quatro pessoas foram feitas de reféns. No entanto, ex-reféns decidiram manter silêncio durante o julgamento de seus sequestradores, fazendo surgir o termo da "Síndrome de Estocolmo".
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Entenda o caso do assalto ao banco
No dia 23 de agosto de 1973, Janne Olsson entrou no banco Kreditbanken armado com uma metralhadora e anunciou um assalto. Quatro funcionários foram tomados como reféns, enquanto policiais e franco-atiradores cercavam o prédio.
Sob os efeitos de drogas, Janne exigiu que seu amigo Clark Olofsson, que estava na prisão por roubo, fosse levado ao banco. O governo sueco atendeu ao seu pedido.
Com a chegada de Olofsson, Olsson se acalmou quase imediatamente, e uma das reféns, Kristin Enmark, começou a vê-lo como um salvador. "Ele me prometeu que nada aconteceria comigo e decidi acreditar nele. Tornei-me a síndrome de Estocolmo. Tinha 23 anos e estava aterrorizada", detalhou.
Em várias ocasiões durante o sequestro, um dos primeiros acontecimentos transmitidos ao vivo, ela defendeu publicamente seus captores.
"Confio plenamente em Clark e no ladrão. Não tenho medo deles de forma alguma, não me fizeram nada. Foram muito gentis", disse em uma chamada telefônica ao então primeiro-ministro Olof Palme, no segundo dia de seu cativeiro. "Sabe do que realmente tenho medo? Que a polícia invada o banco", afirmou durante essa conversa.
Após seis dias de tensão, os agentes policiais perfuraram o teto do banco e lançaram gás lacrimogêneo. Os dois criminosos se renderam e os reféns foram libertados. Porém, os ex-reféns decidiram manter silêncio durante o julgamento de seus sequestradores.
Desde então, os especialistas debatem se a "Síndrome de Estocolmo" é realmente um transtorno psiquiátrico ou mais um mecanismo de defesa diante de uma situação traumática.