Assembleia Geral da ONU exige que Israel desocupe territórios da Palestina
Fim da ocupação israelense deve acontecer dentro de um ano
A ONU pediu, em Assembleia Geral realizada nesta quarta-feira (18), o fim da ocupação israelense em territórios palestinos no prazo de até um ano. A resolução, que era debatida desde a terça-feira pelos 193 Estados-membros da ONU, segue a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ).
O texto, aprovado por 124 votos a favor, 14 contra (entre os quais o de Israel, Estados Unidos, Hungria, República Tcheca e Argentina) e 43 abstenções, "exige" que Israel "ponha fim sem demora à sua presença ilegal" nos territórios palestinos e que o faça "no mais tardar 12 meses depois da aprovação da presente resolução".
Embora as resoluções da Assembleia Geral não sejam vinculativas, Israel atacou o que chamou de "decisão vergonhosa".
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Um primeiro projeto de texto dava um prazo de apenas seis meses para a retirada. Em julho, a Corte determinou que "a presença continuada de Israel nos Territórios Palestinos Ocupados é ilegal" e que Israel tem "a obrigação (de) pôr fim a ela (...) o quanto antes".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, declarou no X que "o teatro político que leva o nome de Assembleia Geral adotou hoje uma decisão tendenciosa que foge da realidade, incentiva o terrorismo e prejudica as possibilidades de paz (…), tal é o cinismo na política internacional", denunciou.
Exigências da ONU
O texto aprovado "exige" a retirada das forças israelenses dos territórios palestinos, a paralisação de novos assentamentos, a devolução das terras e propriedades confiscadas e a possibilidade de retorno dos palestinos deslocados.
A resolução pede, ainda, aos Estados-membros que adotem medidas para pôr fim às importações procedentes dos assentamentos e ao fornecimento de armas a Israel se houver motivos "razoáveis" para acreditar que poderiam ser usadas nos territórios palestinos. Propõe também adotar sanções contra quem participar da "manutenção da presença ilegal de Israel" nos territórios palestinos.
"Israel deve atender imediatamente à exigência de uma esmagadora maioria dos Estados-membros da ONU de respeitar a decisão histórica da CIJ", disse Louis Charbonneau da Human Rights Watch, que apoia um embargo de armas a Israel.