Após ser inocentado, marido de cigana Hyara é liberado pela Justiça

Tiro que matou adolescente foi disparado por criança de 9 anos durante brincadeira, diz Polícia

Escrito por Redação ,
Ciganos no casamento na Bahia
Legenda: Ciganos se casaram 45 dias antes do crime
Foto: Reprodução

O adolescente de 14 anos, apontado, inicialmente, como principal suspeito do assassinato da esposa, a cigana Hyara Flor Santos Alves, teve a apreensão revogada pela Justiça da Bahia, nesta segunda-feira (14). A vítima foi morta em uma comunidade na cidade de Guarantinga, no Sul da Bahia, no dia 6 de julho. As informações são do portal g1.

De acordo com a defesa do adolescente, ele deve deixar o sistema socioeducativo do Espírito Santo entre a noite desta segunda e a terça-feira (15).

"A defesa não comenta o teor e as circunstâncias, mas confirma que houve decisão de liberar o menor", disse o advogado Homero Mafra, que representa o jovem.

Inquérito policial

O inquérito policial sobre a morte da adolescente foi divulgado na última sexta (11). Conforme a Polícia Civil da Bahia, o disparo que matou a jovem foi de forma acidental, pelo irmão do marido, de 9 anos, quando brincava com a arma no quarto dela.

O crime ocorreu em julho deste ano, em Guaratinga, no sul da Bahia. A investigação, de início, apontava que o crime havia sido motivado por vingança. A versão de que o cunhado de Hyara tivesse cometido o crime era rechaçada pela família da jovem. Antes, o laudo pericial do disparo havia sido inconclusivo.

Veja também

A arma do crime foi comprada pela mãe dos garotos, após o filho ter sofrido uma tentativa de sequestro em Guaratinga. A sogra de Hyara foi indiciada por homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo.

COMO OCORREU O TIRO ACIDENTAL

O coordenador da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior /Eunápolis, Paulo Henrique de Oliveira, explicou como teria ocorrido o crime. "A Hyara falou: 'Finja que você vai me assaltar e como você faria'. O menor, no manusear da arma, que estava carregada, pressionou o gatilho, ocorrendo o disparo", disse.

Ainda conforme o coordenador, a criança informou que a arma caiu no chão e o marido de Hyara, que estava em outro cômodo, "descarregou a arma e colocou em cima da penteadeira".

O marido da jovem e o irmão dele estavam em casas diferentes que possuem acesso em comum, pelos fundos, conforme apontou inquérito policial.

Em vídeo divulgado em 27 de julho, Júnior Silva Alves, sogro de Hyara contou o que havia ocorrido. "O fato que aconteceu foi JD (iniciais do nome da criança), que é meu filho e cunhado de Hyara, brincando com a arma e teve um disparo acidental”, disse. Câmaras de segurança do endereço do crime foram analisadas, além de documentos, mensagens de celular e de redes sociais. 

"A criança saiu do imóvel e foi para rua. O momento pode ser visto nas câmeras de segurança, quando o menino sai com a mão na cabeça e gritava: 'me matem, eu matei a Hyara'. Aí as pessoas entraram correndo na casa", contou o coordenador Paulo Henrique.

Conforme a Polícia Civil, 16 pessoas foram ouvidas. Entre elas, duas crianças, que estiveram acompanhadas de promotor de Justiça da Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público da Bahia.

O disparo foi de uma distância entre 20 e 25 cm. O laudo de necropsia não indicou sinais de violência doméstica. Testemunhas relataram que o casal tinha uma vida harmônica.

Assuntos Relacionados