Gelo no rosto tem benefícios? Especialista explica se prática funciona e os riscos da técnica

'Skin-icing' voltou a viralizar nas redes sociais após a modelo Isabella Fiorentino revelar ser adepta do método

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técnica skin-acing, em que se aplica o gelo no rosto
Legenda: O gelo pode diminuir reações inflamatórias, mas deve ser evitado por pessoas que possuem acne severa e doenças como rosácea
Foto: Shutterstock

A técnica skin-icing, em que se aplica o gelo no rosto como forma de skin care, voltou a viralizar nas redes sociais na última semana após a modelo Isabella Fiorentino revelar ser adepta do método. Em um vídeo, que ganhou milhões de visualizações no Instagram, a apresentadora deu detalhes de como realiza a técnica que, apesar de ter benefícios, pode trazer riscos à saúde.

De acordo com a dermatologista Carla Teixeira, o gelo tem potencial drenante e funciona para diminuir a retenção de líquido que se acumula no rosto durante a noite, ajudando no aspecto de inchaço ao acordar e fazendo um processo de vasoconstrição. A especialista alertou, no entanto, que o gelo deve ser utilizado com o auxílio de uma tolha, e não diretamente na pele, como Fiorentino demonstrou fazer.

"Algumas pessoas que têm um pouco de retenção durante a noite e quer que desinche mais rápido, ou se acorda com o olho inchado, é uma boa ideia colocar gelo sobre uma toalha, não diretamente na pele, pois alguns fatores podem ocorrer e gerar reações diversas com o gelo direto na pele", aconselhou.

Veja vídeo

Benefícios e riscos

Entre os benefícios, o gelo também pode diminuir reações inflamatórias, como a acne, mas deve ser evitado por pessoas que possuem acne severa e doenças como rosácea, que podem piorar em condições extremas de temperatura. Outro alerta é em relação a pessoas que têm pele sensível, que podem agravar a sensibilidade com o uso do gelo diretamente na pele.

A profissional destacou o risco de queimaduras em decorrência da técnica, o que pode gerar consequências como manchas, que podem durar semanas e até meses, e exigem um acompanhamento com a dermatologista.

"O gelo tem seus benefícios, o potencial drenante e também de amenizar processos inflamatórios, mas é preciso muito cuidado. A gente vê que a pele dela [Isabella Fiorentino] no vídeo já vai ficando muito vermelha, é preciso cautela porque o gelo também queima. Essa técnica pode trazer vários riscos que a gente precisa ficar atenta", alertou.

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Segundo a especialista, o gelo não deve ser considerado um tratamento para a acne, pois ele só irá "mascarar" o problema e pode deixar a pele ainda mais sensível.

"Essa queimadura pode deixar a pele manchada. Existe uma alteração na pele chamada hipercromia pós-inflamatória. Tudo que fica vermelho na nossa pele pode virar uma mancha escurecida, se a pessoa tiver essa tendência. Tem que ter muito cuidado com as dicas que a gente vê na internet. Cada pele é única. Procure sempre um dermatologista que é o melhor profissional para te orientar", sublinha Carla Teixeira.

mulher aplicando gelo no rosto
Legenda: Profissional destaca o risco de queimaduras em decorrência da técnica, o que pode gerar consequências como manchas
Foto: Shutterstock

O perigo para adolescentes

No vídeo, ao realizar a técnica, Isabella Fiorentino citou que seus filhos pré-adolescentes já fazem uso do método skin-icing. A fala da modelo foi analisada pela dermatologista, que esclareceu que a prática é totalmente desaconselhada para essa faixa etária.

Segundo a especialista, a face é uma área mais sensível, mais suscetível à exposição solar e, portanto, tem mais sensibilidade. Com isso, muitos outros problemas podem ser acarretados com essa prática.

"A pele da criança e do adolescente é mais sensível, não é tudo que um adulto usa que eles podem usar. Quando inicia a adolescência e começa a apresentar alguns sinais de acne, por conta das alterações hormonais comuns nessa idade, o adolescente pode usar sabonete especifico para diminuir a oleosidade e, consequentemente, amenizar a acne. O protetor solar também é fundamental e vai diminuir a chance de desenvolver acne, inclusive a acne solar, que piora com a exposição ao sol, e alguns ácidos mais brandos, que não são tão abrasivos e podem ser utilizados nessa faixa etária", indica Carla Teixeira.

A profissional alerta ainda que a técnica pode trazer problemas a longo prazo, já que queimaduras e outras lesões podem deixar marcas, sendo mais complicado para a pele se recuperar.

Mitos e verdades

Além de Isabella Fiorentino, famosas como Jade Picon, Bruna Marquezine e a modelo Bella Hadid já revelaram o uso da técnica skin-icing. Com os influenciadores, as redes sociais se tornaram uma ferramenta poderosa para o compartilhamento de dicas de beleza e skin care, mas é necessário ter cautela no momento de reproduzir receitas caseiras sem a orientação médica.

"É preciso ter cuidado com essas dicas milagrosas de blogueiros e influenciadores. Às vezes, uma pessoa que está com problema na pele vai olhar na internet o que fazer, procura uma amiga, faz um caminho bem longo para chegar até o lugar certo, que é a consulta com o médico dermatologista", afirmou Carla.

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