Contra vício em vape, mãe dá chiclete de nicotina para jovem de 16 anos com enfisema

Adolescente desenvolveu condição pulmonar em virtude do uso indiscriminado do cigarro eletrônico

Escrito por Redação ,
Homem fumando cigarro eletrônico
Legenda: Cigarros eletrônicos são também conhecidos como vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido)
Foto: Shutterstock

Uma mãe de São Paulo encontrou um cigarro eletrônico na mochila da filha de 16 anos. A menina é aluna de uma das escolas de alto padrão mais tradicionais da capital paulista.

A adolescente, sem saber o que fazer e querendo parar de fumar, recorreu à mãe. A mulher comprou um chiclete de nicotina para auxiliar a filha. As informações são do portal g1.

"Foi um desespero, na verdade, foi tipo 'o que faço agora?' Comprei e falei para ela me dizer se faz efeito ou não", relata a mãe, que teve a identidade preservada.

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A menina disse à mãe ter conseguido parar de fumar usando o chiclete, mas teve um recaída em uma festa no mês passado. Após isso, a mulher viu que a filha estava com uma tosse persistente e levou a adolescente ao médico.

Como resultado, a menina estava com o início de enfisema pulmonar. A doença tem tratamento, mas não cura, e é caracterizada pela destruição gradual das células do pulmão e mais frequente em pessoas a partir de 40 anos.

Cuidados a serem adotados

Dados do DataSUS, plataforma do Ministério da Saúde, apontam que pacientes de 15 a 19 anos representam 0,6¨do total de internações por enfisema desde 2008.

A filha de Ana agora usa bombinha de asma e vai ficar sem ir a festas por um tempo, segundo a mãe. A adolescente jamais havia tido problemas respiratórios.

O cigarro eletrônico, conhecido também por vape ou pod, é popular entre os mais jovens. É um aparelho que aquece um líquido que se transforma em vapor, geralmente com sabores diferentes.

A concentração de nicotina pode ser até 50 vezes maior do que a de um cigarro comum. Apesar de ser comercializado, a venda é proibida no Brasil.

Paulo César Corrêa, médico coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), pondera que o uso do chiclete só deve ser feito com orientação e acompanhamento médico.

"Um perigo muito grande, quando o médico prescreve a reposição de nicotina, é que tem que ficar claro que a pessoa não pode utilizar nenhum produto de cigarro eletrônico", alertou Corrêa pelo risco de superdosagem de nicotina.

 

 

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