Arginina: o que é, para que serve e quando usar

Encontrado na alimentação, o aminoácido pode ser suplementado de acordo com a necessidade de cada indivíduo

Escrito por Redação ,
Imagem com algumas cápsulas de Arginina
Legenda: O aminoácido tem se popularizado pela associação com a melhora da performance esportiva
Foto: Freepik

O aminoácido Arginina ou L-Arginina tem se popularizado pela associação com a melhora da performance esportiva. Mais do que esse benefício, integra diversos processos biológicos e produz efeitos positivos em uma série de males: da hipertensão a doenças cardiovasculares, passando por diabete e disfunção erétil.

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Segundo a endocrinologista e nutróloga Bruna Braga*, ele contribui para um envelhecimento saudável e é eficaz no fortalecimento do sistema imunológico, na eliminação de toxinas e na melhoria da cicatrização.

A médica explica como aumentar a ingestão do aminoácido, mas faz uma observação: “lembre-se que o suplemento é parte do alimento e ele jamais atuará sozinho. A qualidade de vida será sempre a combinação de dieta equilibrada, rotina de atividade física, boa qualidade de sono e controle do estresse. Somente por último deve-se fazer a suplementação e se necessário”.

O que é arginina?

Um dos 20 aminoácidos de ocorrência natural no corpo humano. “Um aminoácido não-essencial, ou seja, que o nosso corpo consegue produzir, porém, que também pode ser consumido na alimentação e suplementação, dependendo da necessidade do indivíduo”, explica Bruna Braga.

Os aminoácidos dividem-se em três categorias:

  • Não essencial: o seu organismo pode produzi-los em quantidades suficientes para satisfazer as necessidades do corpo.
  • Essencial: o corpo não pode produzi-los, então você precisa obtê-los a partir de alimentos.
  • Semi-essencial: estes aminoácidos podem ser sintetizados a partir de outros aminoácidos desde que os precursores estejam presentes em quantidades suficientes na dieta.

Para que serve?

Auxilia no processo de destoxificação do organismo, ao ajudar a eliminar amônia, uma substância que, quando em excesso, é tóxica para o corpo. “Também participa da formação de outras proteínas e substâncias, como a creatina, que é fundamental para o aumento da energia, saúde muscular, cerebral e cardíaca, além de ajudar a compor o colágeno e funcionar como auxílio na cicatrização de feridas”, detalha a endocrinologista.

Imagem com algumas cápsulas de Arginina com um peso de academia
Legenda: “Além de ajudar em uma melhor performance, na diminuição da fadiga e no ganho de massa magra”, complementa a entrevistada
Foto: Freepik

Braga ainda destaca que o aminoácido é essencial para a formação de óxido nítrico (NO), responsável pela vasodilatação, a qual reduz o risco de doenças vasculares e cardíacas. “Promove o estímulo para a secreção de diversos hormônios, como o GH (Hormônio do crescimento). Além disso, age em prol do desenvolvimento e crescimento das células de defesa do sistema imunológico, os linfócitos T”, frisa.

No corpo humano, a arginina tem como uma das suas principais funções o transporte de nitrogênio, fazendo a síntese de moléculas muito importantes. Além disso, ajuda a inibir o crescimento de diversos tipos de tumores, inibe a perda de massa muscular após cirurgias e trata problemas e doenças do fígado.

Benefícios

Detox, saúde cardiovascular e auxiliar na hipertensão, desempenho mental, aumento da imunidade, formação de colágeno, melhora dos níveis hormonais, auxílio na fertilidade masculina. “Além de ajudar em uma melhor performance, na diminuição da fadiga e no ganho de massa magra”, complementa a entrevistada.

Arginina e emagrecimento

O aminoácido, em si, não emagrece, ressalta Bruna Braga. “Porém, pensando que ele melhora o desempenho nos treinos e diminui a fadiga, contribui para uma rotina de treinos mais intensa e frequente, podendo, assim, auxiliar no processo de emagrecimento”.

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Pode auxiliar na ereção, devido à sua capacidade vasodilatadora.

Alimentos ricos em arginina:

  • Proteínas animais, como carne, peixes, frutos-do-mar, frango;
  • Sementes de girassol e de abóbora;
  • Oleaginosas, como castanha de caju, castanha-do-pará, nozes e avelã;
  • Queijos, uva-passa, cacau, grão-de-bico, lentilha e aveia

Suplementação de arginina

A dose varia conforme o objetivo e necessidade individual. De modo geral, diz a endocrinologista, é utilizado até 3g/dia, que deve ser diluído em água, ou consumido em cápsulas até três vezes diariamente. O melhor horário para o consumo é antes do treino e antes das principais refeições. Geralmente a suplementação é vendida em pó, tabletes ou em cápsula.

Efeitos colaterais

Pode ocorrer dor de cabeça, desconfortos gastrointestinais, como diarreia, náuseas e cãibras abdominais. “Geralmente esses efeitos são vistos em doses maiores que 4g/dia”, alerta a médica.

Contraindicações

Não deve ser consumida por pessoas com histórico de episódios recorrentes de herpes, “pois o vírus da herpes pode utilizar a arginina como substrato para se multiplicar, o que agrava o quadro e aumenta a recorrência da infecção viral”, evidencia Bruna Braga.

“Gestantes e lactantes não devem consumir suplementos sem orientação de um médico ou nutricionista. E não é indicada para indivíduos que possuem hipersensibilidade ao aminoácido, pessoas com problemas hepáticos e renais”, adiciona.

*Bruna Braga é especialista em nutrologia e titulada pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), com formação nas áreas de endocrinologia e metabologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; prática ortomolecular e nutrigenômica, modulação intestinal, transtornos do neurodesenvolvimento e medicina funcional integrativa.

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