Aurora, filha recém-nascida do surfista Pedro Scooby e da modelo Cintia Dicker, foi diagnosticada com gastrosquise, uma malformação congênita em que o bebê nasce com parte do intestino "para fora" da barriga.
A menina nasceu em um parto cesáreo no último mês de dezembro, quando Cintia estava na 37ª semana de gestação. Tão logo veio à luz, ela imediatamente teve de ser operada para que seu intestino fosse recolocado dentro da cavidade abdominal.
"Descobrimos a gastrosquise no exame morfológico. [...] Não conhecíamos essa condição e tive muito medo por não saber como seria a cirurgia e também a recuperação dela. Eram muitas dúvidas e inseguranças que martelavam na minha cabeça: como seria o parto? Eu veria o intestino dela para fora? Como seria a UTI? A cirurgia daria certo?", compartilhou a modelo.
O que é gastrosquise?
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a gastrosquise é uma malformação congênita, de causa ainda desconhecida, em que crianças nascem com parte do intestino "para fora" do corpo. A condição é facilmente diagnosticada por um ultrassom obstétrico, nos exames de pré-natal.
O "defeito" exige uma ação imediata dos médicos, ainda na sala de parto, para que o órgão seja recolocado na cavidade abdominal do recém-nascido. Por isso, é de extrema importância que se saiba da condição e que o parto seja agendado.
A maior parte das ocorrências é considerada "simples" e possível de ser resolvida com uma só cirurgia. Contudo, conforme a Fiocruz, 17% dos casos registrados são complexos e podem estar associados a atresia, necrose ou perfuração do órgão, o que pode provocar consequências mais graves ao bebê.
"O intestino, quando o bebê se forma, é um tubo rígido e pequeno. Conforme vai avançando a gestação, logo nas primeiras semanas, ele vai crescendo muito rápido. Por isso, as alças intestinais saem para fora mesmo do abdômen, porque elas não cabem ali. Mas, depois, elas ‘retornam’ para dentro", explicou a cirurgiã pediátrica Natalia Pagan, do Hospital Infantil Sabará (SP), à revista Crescer.
Entretanto, às vezes, depois de as alças intestinais "voltarem para dentro", os músculos que envolvem a cavidade abdominal "ficam fracos" ou formam pequenos orifícios, permitindo que parte do intestino fique fora da barriga de novo.
Frequência
De acordo com a Fiocruz, tem se observado um aumento da frequência da malformação em todo o mundo, "sendo mais incidente em mulheres jovens, principalmente adolescentes".
Além disso, embora as causas para a condição sejam ainda desconhecidas, pode haver risco de ocorrência associada ao uso de tabaco, maconha e cocaína na gestação.