A fibromialgia é uma doença caracterizada por uma dor difusa generalizada, principalmente na musculatura. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), ela afeta pelo menos 5% dos pacientes que vão a um consultório de clínica médica e em 10% a 15% dos pacientes que vão a um consultório de reumatologia. De cada 10 pessoas afetadas pela fibromialgia, sete a nove são mulheres.
A idade mais comum para o aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos.
Sintomas
De acordo com Sâmia Studart, reumatologista do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), além da dor, que é o principal sintoma da doença e define essa síndrome clínica, outros sintomas podem estar associados, como:
- Fadiga;
- Indisposição;
- Sono não reparador;
- Distúrbios de memória;
- Distúrbios de atenção;
- Alterações intestinais associadas;
- Transtornos de humor, como ansiedade ou depressão, podem estar associados ao quadro doloroso difuso apresentado pelo paciente.
Nos pacientes afetados pela doença, a fadiga parece ir além à causada somente pelo sono não reparador. Segundo informações da SBR, a depressão está presente em 50% dos pacientes com fibromialgia.
Já síndrome do intestino irritável acontece em quase 60% dos pacientes e caracteriza-se por dor abdominal e alteração do ritmo intestinal para mais ou para menos. Além disso, pacientes apresentam a bexiga mais sensível, sensações de amortecimentos em mãos e pés, dores de cabeça frequentes e maior sensibilidade a estímulos ambientais, como cheiros e barulhos fortes.
Causa
A especialista ressalta que ainda não se sabe a causa exata da fibromialgia, o que se sabe é que ocorre uma hipersensibilidade aos estímulos dolorosos. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a principal hipótese é que pacientes com fibromialgia apresentam uma alteração da percepção da sensação de dor.
“Isso é apoiado por estudos em que visualizam o cérebro destes pacientes em funcionamento, e também porque pacientes com fibromialgia apresentam outras evidências de sensibilidade do corpo, como no intestino ou na bexiga. Alguns pacientes desenvolvem a condição após um gatilho, como uma dor localizada mal tratada, um trauma físico ou uma doença grave”, diz publicação do órgão.
“A fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo. O motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem fibromialgia e outras não ainda é desconhecido”.
Como é feito o diagnóstico?
Sâmia Studart explica que o diagnóstico da fibromialgia é feito com o exame físico. Geralmente, examina-se o paciente e, na palpação das estruturas musculares, é evidenciada a dor difusa de membros superiores e inferiores, associada à exclusão de outras causas de síndromes dolorosas.
“Essa exclusão é feita através de exames de laboratório, algumas vezes associado também a exames de imagem”, detalha.
A SBR também destaca como critérios de diagnóstico da fibromialgia:
- dor por mais de três meses em todo o corpo e
- presença de pontos dolorosos na musculatura
Tratamento
O tratamento da fibromialgia tem como principal pilar as medidas de reabilitação com atividades físicas para se alcançar o melhor controle dos sintomas álgicos, principalmente exercício aeróbico, que mexe o corpo todo e acelera os batimentos cardíacos.
“É extremamente importante a prática de atividade física no controle dos sintomas da fibromialgia. Uma queixa comum dos pacientes é a piora dos sintomas inicialmente, quando inicia a atividade física. Então, é importante assegurar o paciente de iniciar de maneira lenta e gradual, de forma que ele persista na atividade para a gente atingir uma melhor resposta terapêutica”, afirma Sâmia Studart.
A profissional esclarece que, como medida farmacológica, as principais medicações moduladoras de dor crônica utilizadas na fibromialgia e que possuem maior evidência científica são a Duloxetina e Pregabalina.
Segundo a SBR, outros remédios como relaxantes musculares, antidepressivos e analgésicos podem ser usados para alívio de sintomas diversos.
Fibromialgia tem cura?
A doença ainda não tem cura, mas existe tratamento, tanto com a reabilitação, como medicações, visando o melhor controle dos sintomas.