Açúcar demerara: conheça e veja benefícios
Submetido a um refinamento mais leve e sem aditivos químicos, demerara é alternativa mais saudável ao açúcar branco
Grãos grandes, textura crocante, cor amarronzada e sabor caramelo. O açúcar demerara tem se tornado opção cada vez mais buscada por quem não abre mão deste tipo de produto no dia a dia, mas em uma versão menos processada.
Produzido a partir da cana-de-açúcar, o demerara é originário da Guiana, na América do Sul, e carrega o mesmo nome de uma região do país, o Porto de Demerara.
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Embora algumas vezes seja confundido com o açúcar mascavo, cuja cor também se aproxima do marrom ou dourado, o demerara tem um sabor mais leve e neutro. Logo, se torna mais agradável ao paladar e mais fácil de ser incluído em qualquer receita doce.
A desvantagem do demerara em relação ao açúcar branco ou mascavo, aponta a nutricionista Sônia Maria Vieira de Castro*, está em sua baixa diluição. O tamanho e a consistência mais sólida dos grãos tornam mais lenta a tarefa de adoçar bebidas como sucos, cafés e chás.
BENEFÍCIOS
Fornecer vitaminas e minerais
Além de ter sabor agradável, o açúcar demerara possui vitaminas e minerais como ácido fólico, ferro, cálcio, magnésio e potássio, pontua Sônia.
Melhorar a digestão
Ao contrário do açúcar branco refinado, cuja clarificação ocorre a partir do uso do mineral da combustão de enxofre, o açúcar demerara não recebe aditivos químicos em seu processo de clarificação, feita apenas com um leite de cal.
Sem os aditivos químicos, que matam a maior parte das 'bactérias boas' do intestino, a microbiota intestinal é melhor preservada, garantindo melhor digestão e absorção de nutrientes.
Fortalecer o sistema imunológico
A manutenção das 'bactérias boas' do intestino no processo de fabricação do açúcar demerara também auxilia no controle da proliferação de bactérias perigosas. Consequentemente, ajuda a fortalecer o sistema imunológico, reduzindo a frequência do surgimento de doenças.
PERGUNTAS FREQUENTES
O açúcar demerara é mais saudável?
Diferentemente do açúcar refinado, o demerara é extraído após o cozimento do caldo de cana e passa por um refinamento mais leve, o que o torna mais saudável.
"Esse açúcar passa por um processo de refinamento durante sua produção, mas não recebe aditivos químicos como o açúcar branco. Dessa forma, mantém seus nutrientes naturais, sendo rico em cálcio, magnésio e potássio".
Embora seja mais rico em nutrientes, se comparado ao açúcar branco, o demerara não pode ser considerado um alimento nutritivo. "Açúcar é açúcar", resume a nutricionista.
Qual a diferença do demerara para o mascavo?
Tal como o demerara, o mascavo é uma opção de açúcar bruto, extraído após o cozimento do caldo de cana e com sabor caramelado. A diferença entre ambos é que o mascavo é obtido a partir do cozimento direto do caldo de cana, sendo mais escuro e úmido que o demerara, submetido a um refinamento parcial.
Por manter conservados os nutrientes naturais no produto final, o mascavo se torna mais saudável, garante Sônia. O sabor mais forte do melaço, porém, pode ser considerado desagradável para algumas pessoas, ante o demerara.
Quem tem diabetes pode consumir?
Apesar de ser mais saudável que o açúcar branco normal, o demerara deve ser consumido com moderação por qualquer pessoa. O ideal, segundo a nutricionista, é que o consumo de açúcar siga a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que indica um consumo de açúcar de até 5% das calorias consumidas no dia.
Já em relação aos diabéticos, o consumo não é recomendado, tendo em vista que o demerara - como qualquer outro açúcar - possui alto índice glicêmico.
Consequentemente, pode provocar o aumento rápido da glicemia e da produção de insulina pelo organismo, favorecendo, assim, o ganho de peso. "Em termos de índice glicêmico, não há diferença entre o açúcar demerara, açúcar mascavo ou açúcar branco", endossa a especialista.
Demerara ou adoçante?
A resposta a essa pergunta vai depender da preexistência de doenças e níveis de consumo de cada pessoa, esclarece Sônia Maria Vieira.
Caso o indivíduo opte pelo uso do adoçante, o ideal é que sejam priorizados os adoçantes naturais como stévia e xilitol. Além de ajudar no controle de peso, esses produtos favorecem o controle de doenças como a diabetes.
"É importante ressaltar que os adoçantes não são totalmente isentos de efeitos prejudiciais, sendo necessário identificar os diferentes tipos, quantidades e efeitos".
*Sônia Maria Vieira de Castro é graduada em Nutrição pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), pós graduada em Ciências da Nutrição pela University of New Hampshire (USA), e em Saúde Pública pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, Londres, Inglaterra. É professora adjunto do Curso de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde da Uece e atualmente exerce o cargo de vice coordenadora do Curso de Nutrição da Universidade.