Superbactéria Acinetobacter Baumannii, causadora de doenças graves, se espalha por países da Ásia
Cepa foi identificada em 2021, mas há indícios de novas infecções em centros de atendimento e UTIs
Cientistas estão preocupados com o crescimento de uma nova variante da superbactéria Acinetobacter baumanniina, que é resistente a medicamentos e capaz de causar doenças graves. O patógeno foi recentemente identificado em diversos locais da Ásia, o que levantou um alerta na comunidade científica internacional.
A nova cepa, de sigla ST164, foi identificada em 2021, na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital de Hangzhou, na China. O estudo foi realizado por pesquisadores das universidades de Birmingham, na Inglaterra, e da chinesa Zhejiang. Contudo, os cientistas reiteram que a bactéria pode ter começado a se proliferar em meados de 2020.
O patógeno é resistente a carbapenêmicos (Crab, na sigla em inglês), antibióticos de larga escala utilizados para enfrentar bactérias que causam doenças graves. Segundo os cientistas ouvidos pelo portal da Universidade de Birmingham, a cepa estaria se espalhando em UTIs e infectando pacientes, por isso pedem "monitoramento intensivo" ao acompanhar a evolução da bactéria.
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"A Crab representa um risco sério para pacientes hospitalizados e pode causar doenças graves, incluindo pneumonia, infecção do trato urinário, bacteremia, meningite e infecções de tecidos moles”, afirmou o coautor da pesquisa de investigação, Alan McNally, ao SciTechDaily.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) informam que as pessoas mais vulneráveis a contraírem a bactéria são as que estão em tratamento intensivo em hospitais. Eles citam de exemplo pacientes que acabaram de receber um cateter ou estão em recuperação pós-operatória.
Os pesquisadores afirmam que a bactéria pode iniciar a infecção em até 48 horas depois de contaminar um paciente. Ela também é altamente adaptável a ambientes laboratoriais.
Apesar da preocupação, testes de um antibiótico capaz de minar a Acinetobacter baumanniina já estão sendo feitos, mas sem uma previsão para serem concluídos. O remédio foi criado por pesquisadores da Universidade de Harvard e da empresa suíça Hoffmann-La Roche no início deste ano.