Saiba o que é lúpus e quais os sintomas da doença que afetava bailarina de Claudia Leitte
Jovem morreu no último sábado (2), vítima de uma parada cardiorrespiratória
A dançarina Isabella Oliveira, de 21 anos, que integrava o balé da cantora Claudia Leitte, morreu no último sábado (2) vítima de uma parada cardiorrespiratória. A jovem convivia com uma insuficiência cardíaca e tinha lúpus, uma doença inflamatória crônica e autoimune.
Em publicação das redes sociais, Isabella Figueiredo, a melhor amiga da bailarina, afirmou que ela estava ensaiando a coreografia da música "I Have Nothin'" quando sofreu a parada cardíaca. "Você se foi nesta sala, com essa música, na coreografia que mais amava, fazendo o que mais amava. Vai ser sempre por você, Isa", escreveu em um post no Instagram.
O namorado de Isabella afirmou que a equipe médica fez "o possível para reverter o quadro", mas que "infelizmente não conseguiu". "Peço a todos que botem a mão na consciência e que aproveitem cada segundo ao lado daqueles que amam. Obrigado pela atenção", escreveu ele em publicação de homenagem à dançarina.
O que é o lúpus?
Isabella foi diagnosticada com lúpus, uma doença autoimune e crônica. Nela, o sistema imunológico ataca de forma errada as células e tecidos saudáveis, levando a um quadro de inflamações e danos em determinados órgãos e sistemas, como pele, articulações, rins, coração, pulmões e cérebro, de acordo com a reumatologista Rosa Priscila Oliveira, em entrevista anterior ao Diário do Nordeste.
O lúpus não é contagioso, pois é uma doença mediada por anticorpos, em que o organismo “ataca” as suas próprias células, sem motivo conhecido. Pode existir, no entanto, alguma relação entre as exacerbações da doença e certos fatores como o stress ou infecções. O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma de várias doenças conhecidas como "os grandes imitadores" porque, muitas vezes, imita ou é confundida com outras doenças.
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Quais os sintomas?
Segundo a especialista, os sintomas do lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. A maioria dos pacientes com a doença apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em crises.
Os sintomas podem também variar de acordo com as partes do corpo que forem afetadas pelo lúpus. Os sinais mais comuns são:
- Fadiga;
- Febre;
- Dor nas articulações;
- Rigidez muscular e inchaços;
- Rash cutâneo: vermelhidão na face em forma de “borboleta” sobre as bochechas e a ponta do nariz, que piora com a luz do sol e também pode ser generalizado. Afeta cerca de metade das pessoas com lúpus.
- Lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol;
- Dificuldade para respirar;
- Dor no peito ao inspirar profundamente;
- Sensibilidade à luz do sol;
- Dor de cabeça, confusão mental e perda de memória;
- Linfonodos aumentados;
- Queda de cabelo;
- Feridas na boca;
- Desconforto geral, ansiedade, mal-estar.
Outros sintomas do lúpus, mais específicos, dependem de qual é a parte do corpo afetada:
- Cérebro e sistema nervoso: cefaleia, dormência, formigamento, convulsões, problemas de visão, alterações de personalidade, psicose lúpica.
- Trato digestivo: dor abdominal, náuseas e vômito.
- Coração: arritmia.
- Pulmão: tosse com sangue e dificuldade para respirar.
- Pele: coloração irregular da pele, dedos que mudam de cor com o frio (fenômeno de Raynaud).
Tem cura?
Lúpus não tem cura, mas muitos pacientes conseguem gerenciar seus sintomas com tratamento regular e acompanhamento adequado, tendo assim a tão sonhada remissão clínica, que equivale a uma cura, detalha Rosa Priscila Oliveira.