Vítimas executadas no Vila do Mar morreram em local de baile funk de facção rival, conclui Polícia
Conforme a investigação, uma das vítimas chegou ao local da festa anunciando ser de um outro grupo criminoso, o que provocou a onda de violência
Um dia após a prisão de cinco pessoas com “envolvimento direto” na sequência de crimes no Vila do Mar, em Fortaleza, a Polícia apresentou nesta quarta-feira (17), o detalhamento das investigações em torno do caso. As vítimas dos homicídios foram executadas ao chegar em um local onde ocorreu um baile funk de uma facção criminosa rival. A festa foi dispersada pela Polícia, na madrugada dessa segunda-feira (16), antes da chegada do grupo.
A informação foi repassada pela titular da 8ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Patrícia Aragão, durante coletiva de imprensa.
Segundo a delegada, tudo começou quando cinco pessoas embarcaram em um veículo de transporte por aplicativo com destino a um baile funk no Pirambu. Ao chegar ao local, porém, a festa já havia encerrado. Eles, então, questionaram o motorista se havia alguma outra programação na região, sendo prontamente levados para o referido lugar.
"Eles não conheciam o Pirambu, eram pessoas ligadas a um grupo criminoso. Quando passaram pelo Pirambu, não localizaram o baile. Eles perguntaram ao motorista de aplicativo se ele conhecia outro local que está havendo um baile, e ele disse que um pouco mais cedo, levou um grupo a um baile de favela", detalhou Patrícia Aragão.
Provocação
Ao chegarem ao segundo endereço, a Polícia Militar já tinha dispersado a festa. Ainda assim, os cinco jovens resolveram descer do veículo. Um deles, afirma a delegada, teria anunciado em voz alta que seria de um grupo rival, o que mais tarde provocou as agressões por parte de outros faccionados.
"Quando as vítimas desceram do veículo, uma delas já se identificou insultando 'ah, eu sou de uma facção rival', de um grupo criminoso. As pessoas que estavam se dispersando, se identificaram como inimigos e passaram a espancá-los".
Durante o ato criminoso, três pessoas foram baleadas. Outras duas vítimas conseguiram fugir, e não correm risco de morte. A identificação delas não foi divulgada pela Polícia.
As investigações começaram nas primeiras horas dessa terça-feira (16), instantes após o registro da ocorrência. A DHPP teve o apoio tático da Polícia Militar, que em patrulhas de campo conseguiram identificar os cinco suspeitos de envolvimento no atentado.
Diligências
Um dos detidos foi apontado inicialmente pela Polícia como um suposto motorista de aplicativo. Contudo, o profissional que levou as vítimas não teve sequer participação nos delitos. “Houve essa informação de que o motorista do veículo teria sido um indíviduo que estava tornozelado, mas não foi isso. As vítimas não conheciam o local e nem mesmo o motorista”, complementou a delegada.
O homem citado erroneamente como o condutor do veículo, Antonio Mariano Neto, está preso após o recebimento de uma denúncia anônima e de averiguação eletrônica.
"A gente identificou alguns dos autores desse crime através do reconhecimento das vítimas, e a Polícia, tanto a Militar quanto a Civil, conseguiu identificar os suspeitos, porque um deles, inclusive, estava tornozelado e através do sistema de monitoramento eletrônico conseguiu efetuar a prisão deles", disse a delegada. Os demais presos não tiveram a identidade revelada.
As três pessoas que morreram com disparos de arma de fogo, sendo dois homens e uma mulher, foram assassinadas nessa terça-feira (16).Outras duas mulheres, de 24 anos e uma adolescente de 17 anos, precisaram ser hospitalizadas, mas já foram liberadas.
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Na terça-feira (16), a Polícia chegou a informar que existia uma sexta pessoa com as vítimas e que esta estaria desaparecida. No período da tarde, buscas com auxílio de cães farejadores foram realizadas, mas nada foi encontrado. Durante a coletiva, a delegada descartou a participação desta pessoa e informou que cinco era o total de vítimas que foram para a festa.