Quem são os PMs investigados por crimes como ameaça e homicídio no Ceará

A CGD instaurou sindicâncias administrativas contra os agentes.

Escrito por
Emanoela Campelo de Melo emanoela.campelo@svm.com.br
viatura da policia militar em frente a cgd, em fortaleza.
Legenda: Os agentes são investigados por crimes diversos.
Foto: Fabiane de Paula.

Onze policiais militares passaram a ser investigados no âmbito administrativo pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).

Conforme portarias publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) dessa terça-feira (4), os agentes são investigados por crimes diversos, como agressões, ameaças e descumprimento de medida protetiva.

Há ainda um caso de dois PMs que devem ir a júri popular, no próximo mês de dezembro, na Justiça do Ceará, por um crime de homicídio ocorrido há 10 anos, em Fortaleza.

VÍTIMA MORTA EM MATAGAL

De acordo com a acusação, o sargento Haniel Oliveira de Brito e o cabo José Wilson Bernardo Câmara Filho foram responsáveis por uma execução no dia 31 de janeiro de 2015, no Bairro Jardim Jatobá, em Fortaleza.

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A dupla estava em serviço na viatura quando abordou a vítima. Os dois policiais teriam agredido o homem e depois o levado até um matagal, "onde teriam efetuado disparos de arma de fogo que resultaram em seu óbito".

Os policiais foram pronunciados pela morte de John Cleiton Teixeira e o caso deve ir a julgamento após 10 anos.

Os acusados recorreram da sentença de pronúncia, que foi mantida. Primeiro, o júri estava marcado para acontecer no dia 29 de outubro deste ano, mas foi remarcado para o próximo dia 15 de dezembro, no 1º salão do Júri, do Fórum Clóvis Beviláqua, a partir das 8h30.

A CGD instaurou conselho de disciplina contra os acusados "com o fim de apurar as condutas transgressivas que lhe são atribuídas, bem como, a incapacidade destes para permanecerem nos quadros da Corporação Militar a qual pertence".

A reportagem não localizou as defesas dos denunciados.

VEJA OUTROS CASOS:

A Controladoria instaurou processos contra outros policiais militares suspeitos de crimes diversos:

O subtenente Raimundo Romualdo da Silva e o sargento Manoel Henrique Maciel Alves são investigados por atropelar um jovem que transitava pela rua do bairro Montese.

O caso foi registrado dia 15 de janeiro de 2024 e, segundo a CGD, "enquadra-se como transgressão disciplinar".

Outras ocorrências estão relacionadas a crimes supostamente cometidos no âmbito da violência doméstica, como um tenente suspeito de injuriar e ameaçar a própria esposa, em Caucaia; outro tenente suspeito pelo mesmo crime contra uma mulher, em Aracati; e um terceiro tenente "acusado de invadir a residência e descumprir medida protetiva" de uma mulher em Aquiraz.

Os nomes dos PMs envolvidos em casos de violência doméstica são preservados para que as vítimas não sejam identificadas

Também são investigados o tenente Roberto Cézar Pereira Guedes e os subtenentes Francisco de Assis Pereira Filho e Francisco Frota de Sousa, acusados de agredir e ameaçar um homem, na cidade de Itaitinga, em 2021.

Mais uma das sindicâncias administrativas instauradas foi em desfavor do soldado Raphael Vasconcelos Paulino. 

Segundo a Controladoria, o praça "é acusado de transportar uma mala com substâncias análogas a anabolizantes no bagageiro do ônibus de transporte coletivo, quando foi abordado pelo Batalhão de Polícia de Fronteira do Estado do Paraná-BPFRONT/PMPR, e o material foi apreendido", em abril deste ano, no Paraná.

Nenhuma das defesas dos investigados foi localizada pela reportagem. Este espaço segue em aberto para possíveis manifestações futuras.

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