Quem são os empresários presos no Ceará sob suspeita de divulgar jogos on-line e lavar dinheiro
A Justiça deferiu o bloqueio de valores das contas dos investigados, apreensão de outros veículos e a quebra do sigilo telemático
Dois empresários e influenciadores foram presos nesta quarta-feira (16), em Juazeiro do Norte, Interior do Ceará. A reportagem do Diário do Nordeste apurou que Isaac Tavares Araruna e Matheus Amorim Vasques são alvos de uma operação da Polícia Civil do Ceará que investiga crimes de lavagem de dinheiro e de associação criminosa.
As prisões temporárias foram decretadas a partir de uma investigação sobre a suposta prática de jogos ilegais (loterias e sorteios on-line). Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Juazeiro do Norte, Lajedo/PE, Brasília/DF, Campinas/SP, Praia Grande/SP e Porto Alegre/RS.
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A dupla vinha ostentando vida de luxo nas redes sociais. Os perfis no Instagram foram fechados logo após as prisões. Cada mandado de prisão temporária tem, inicialmente, prazo de cinco dias.
As defesas dos suspeitos foram procuradas pela reportagem. O advogado de Matheus Vasques preferiu não se manifestar neste primeiro momento. Já a defesa de Isaac não respondeu até a publicação desta matéria.
HILUX APREENDIDA E SORTEIO DE BMW
Uma Hilux e o iPhone 15 pro max de Isaac Tavares foram apreendidos nesta quarta-feira (16). A Justiça deferiu o bloqueio de valores das contas dos investigados, apreensão de outros veículos e a quebra do sigilo telemático.
Há ainda informação de que um terceiro investigado, identificado como Gabriel Magalhães dos Santos, um influenciador na região do Cariri, estaria envolvido no esquema e promovendo os sorteios em desacordo com a legislação.
Gabriel teria chegado a anunciar sorteios de um automóvel BMW 320i e uma motocicleta. A defesa dele não foi localizada.
PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO
A reportagem apurou que os advogados de Matheus e Isaac já entraram com um pedido de revogação da prisão. A defesa de Isaac disse à Justiça que " os fatos sob investigação remontam a agosto de 2024, de maneira que inexiste contemporaneidade com a data da prisão".
Ainda sobre Isaac, a defesa alegou que ele é réu primário, tem bons antecedentes e que emprega até centenas de pessoas.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) se pronunciou afirmando que a medida cautelar da prisão é inadequada pela perda de contemporaneidade, se manifestando pela revogação da prisão temporária de Isaac.