Quem são os dois acusados de matar 'Gegê' e 'Paca' no Ceará que estão na Lista Vermelha da Interpol
Um terceiro acusado pelo duplo homicídio foi preso em São Paulo, na última segunda-feira (9)

Mais um acusado de matar os líderes da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', e Fabiano Alves de Souza, o 'Paca', no Ceará, foi preso. Com isso, chega a sete o número de presos pelo duplo homicídio, e apenas dois acusados seguem foragidos e são procurados pela Interpol (Polícia Internacional), sete anos depois do crime.
Renato Oliveira Mota, de 34 anos, que também estava na Lista Vermelha da Interpol, foi localizado pela Polícia Civil de São Paulo (PCSP) em um condomínio onde morava, na Rua Henrique Cazela, bairro da Penha, em São Paulo (capital), na última segunda-feira (9). Ele estava com a esposa.
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, policiais civis do 10º DP (Penha) passaram uma semana monitorando Renato, após receberam informações de que ele estava morando na região. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Ceará em 21 de agosto de 2018.
acusados foram presos por matar 'Gegê do Mangue' e 'Paca': André Luís da Costa Lopes, Carlenilto Pereira Maltas, Gilberto Aparecido dos Santos, Jefte Ferreira Santos, Renato Oliveira Mota, Ronaldo Pereira Costa e Tiago Lourenço de Sá Lima.
Dois réus seguem foragidos, sete anos após o crime, e estão na Lista Vermelha da Interpol: Erick Machado Santos, conhecido como 'Neguinho Rick', e Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos (mãe de Jefte Ferreira Santos). O homem é acusado de ser um dos executores diretos dos líderes do PCC, enquanto a mulher teria auxiliado a quadrilha na hospedagem e no plano criminoso em Fortaleza.
O piloto Felipe Ramos Morais, que pilotava o helicóptero utilizado pelos assassinos e pelas vítimas no crime cinematográfico, foi morto em uma ação da Polícia Militar de Goiás (PMGO) e teve a punição extinta.
A Justiça do Ceará pronunciou (isto é, decidiu levar a júri popular), até então, sete acusados: André Luís Lopes, Carlenilto Maltas, Erick Santos, Jefte Santos, Maria Jussara Santos, Ronaldo Costa e Tiago Lima. Renato Mota teve o processo desmembrado.
Já Gilberto dos Santos, o 'Fuminho', foi impronunciado (ou seja, não foi levado a julgamento) pela Justiça no processo do duplo homicídio. Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Polícia investigue 'Fuminho' pelas informações contidas em um bilhete que foi encontrado em um presídio de São Paulo, que indicava o nome do suspeito como o mandante das mortes ocorridas contra os líderes do PCC no Ceará.
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Como aconteceu o crime
O duplo homicídio de 'Gege' e 'Paca' foi tratado inicialmente como achado de cadáveres sem identificação. No entanto, dias depois, os parentes reconheceram os corpos e a Polícia começava a obter as primeiras informações sobre a estadia da 'cúpula do crime organizado' no Ceará.
As vítimas embarcaram em um helicóptero, pilotado por Felipe Ramos e com a presença de demais membros do PCC. De acordo com entrevistas concedidas pelo promotor do Ministério Público de São Paulo, Lincoln Gakiya, a dupla foi morta a mando da cúpula da facção paulista.
As investigações levantaram informações que 'Gegê' e 'Paca' podem ter roubado a própria organização criminosa, ao desviar milhões de reais provenientes do tráfico de cocaína. As mortes teriam servido de lição aos demais faccionados.
Nos dias seguintes aos assassinatos, um bilhete apreendido por agentes na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista, começava a revelar que o crime era premeditado e tinha um porquê.
"Ontem, fomos chamados em umas ideias, aonde nosso irmão Cabelo Duro deixou nois ciente que o Fuminho mandou matar o GG e o Paka. Inclusive, o irmão Cabelo Duro e mais alguns irmãos são prova que os irmãos estavam roubando (sic)", dizia o bilhete.
O duplo homicídio iniciou guerra interna no grupo. Uma semana depois, mais uma execução de membro da cúpula da organização. Wagner Ferreira da Silva, o 'Cabelo Duro' citado no bilhete apreendido em Venceslau, e que teria participado diretamente das mortes de 'Gegê' e 'Paca', foi morto com tiros de fuzil em um ataque realizado na porta de um hotel, na região da Zona Leste de São Paulo.