Quadrilha ligada ao CV trazia drogas para Aracati a partir de contato em SP
Operação contra a organização criminosa prendeu 22 suspeitos.
Uma organização criminosa ligada à facção carioca Comando Vermelho (CV), que atuava principalmente em Aracati, no Litoral Leste do Ceará, foi alvo de uma operação deflagrada pela Delegacia de Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), na última terça-feira (25). Durante a ofensiva, 22 suspeitos foram presos.
O titular da Denarc, delegado Paulo Renato, afirmou ao Diário do Nordeste que a quadrilha trazia drogas - principalmente maconha - para revender no Litoral Leste do Ceará e no Vale do Jaguaribe, a partir de um contato em São Paulo.
O líder da facção em Aracati, um homem de 53 anos, que já estava detido no Sistema Penitenciário cearense e que não teve o nome revelado pela Polícia Civil, foi alvo de um novo mandado de prisão preventiva.
Ele já tinha passagens pela Polícia por homicídio, tráfico de drogas, integrar organização criminosa e crime de trânsito.
O vendedor de drogas da organização criminosa - que também não teve a identidade divulgada - foi preso em São Paulo, onde morava (apesar de a quadrilha ter ligação com uma facção carioca).
O suspeito movimentava cargas de drogas que saíam de outros estados e eram destinadas ao Ceará. Os entorpecentes eram trazidos, principalmente, por caminhões.
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Tráfico nas praias de Aracati
Os outros mandados de prisão, expedidos pela Justiça do Ceará, foram cumpridos nas cidades cearenses de Fortaleza, Aracati, Limoeiro do Norte e Russas, em Cajazeiras, na Paraíba, além do Sistema Penitenciário cearense. Os alvos são suspeitos de tráfico de drogas, homicídios e extorsões.
mandados de busca e apreensão também foram cumpridos pelos policiais civis. O Departamento Técnico Operacional (DTO), da Polícia Civil, colaborou com a Operação.
A ofensiva policial foi nomeada como 'Quebra-Mar', em razão da organização criminosa vender drogas em três praias de Aracati: Canoa Quebrada, Majorlândia e Quixaba - locais onde também foram cumpridas ordens judiciais.
[Atualização: 26/11/2025, às 12h] A Polícia Civil divulgou, na manhã desta quarta-feira (26), após a publicação da reportagem, que 40kg de maconha foram apreendidos, na sequência da Operação. A droga foi encontrada em uma residência, na Praia da Majorlândia. Um revólver também foi apreendido, durante as buscas policiais.
Lavagem de dinheiro da facção
A Operação também teve o objetivo de interromper a lavagem de dinheiro da organização criminosa que atuava em Aracati e região.
Entre os presos, estão três mulheres que atuavam como operadoras financeiras da quadrilha e moravam em Aracati. Elas emprestavam os dados e as contas bancárias para receber valores do tráfico de drogas e movimentavam o caixa da organização criminosa, a mando do chefe de 53 anos.
Dois homens, que cooptaram essas mulheres para serem as operadoras financeiras do grupo criminoso, também foram detidos. Eles estavam em Cajazeiras, na Paraíba.
Uma tabacaria, que funcionava em Aracati, seria um dos estabelecimentos utilizados pela quadrilha para realizar a lavagem de dinheiro.
A pedido da Polícia Civil, a Justiça Estadual determinou o bloqueio de até R$ 450 mil de quatro contas bancárias ligadas ao esquema criminoso, o que totaliza R$ 1,8 milhão.