Professora de faculdade indiciada por uso de documentos falsos no Ceará confeccionou diplomas em casa

A própria instituição de ensino desconfiou da possibilidade da fraude

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 15:22)
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Legenda: O Diário do Nordeste teve acesso ao inquérito e no documento consta que Erica admitiu à Polícia ter confeccionado os diplomas em casa
Foto: Divulgação/PCCE

Erica Silina de Almeida Meneses Alves, professora que vinha dando aulas no curso de Psicologia em uma faculdade particular em Fortaleza, foi indiciada pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) por uso de documentos falsos. A reportagem apurou que a mulher é suspeita de falsificar currículos, títulos e publicações.

O Diário do Nordeste teve acesso ao inquérito e no documento consta que Erica admitiu à Polícia ter confeccionado os diplomas em casa. Em interrogatório na delegacia, ela confirmou ter usado os documentos falsos para se candidatar à vaga e que não possui nenhuma graduação ou pós-graduação.

"Declarou ainda que pegou todos os modelos dos certificados das instituições e fez em casa com seus dados", consta no relatório de indiciamento da data de 25 de novembro de 2024. A reportagem não localizou a suspeita e este espaço segue em aberto para possíveis futuras manifestações.

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FACULDADE SUSPEITOU DA FRAUDE

A suspeita da fraude partiu da própria instituição de ensino, onde Erica vinha atuando por quase dois anos. Em junho deste ano de 2024, quando a faculdade analisou documentos, "foram encontradas algumas inconsistências na documentação".

Erica se dizia graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado também pela UFC e doutorado na Universidade de São Paulo (USP). 

Conforme consta no inquérito, estas instituições foram procuradas pela faculdade onde a professora atuava e confirmaram a falsidade da documentação "informando que a noticiada jamais foi aluna ou cursou referidos cursos".

Há ainda informações de que em 1990 a suspeita chegou a se matricular no curso de Ciências Sociais, mas não concluiu a graduação. 

Internamente a faculdade, também tida como vítima da fraude, instaurou sindicância para apurar os fatos e apresentou a queixa-crime junto à Polícia Civil.

A reportagem apurou ainda que a suspeita sempre apresentou cópias dos documentos, mas nunca os papeis originais. Testemunhas foram ouvidas pelas autoridades até que ela fosse indiciada no 34º Distrito Policial (DP) e Erica demitida por justa causa.

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