Produtor de eventos é esfaqueado no pescoço em boate de Fortaleza; DJ suspeito do crime é preso
A Justiça Estadual já converteu a prisão em flagrante do suspeito em prisão preventiva, em audiência de custódia realizada na última segunda-feira (7)
Um homem que atua como DJ em festas de Fortaleza foi preso em flagrante, na madrugada do último domingo (6), por esfaquear um músico e produtor de eventos, em uma boate localizada na Rua José Avelino, no Centro da Capital.
Conforme documentos obtidos pela reportagem, a Justiça Estadual converteu a prisão em flagrante de Daniel Fernandes Bezerra de Meneses, conhecido como 'DJ Formiga', em prisão preventiva, em audiência de custódia realizada na última segunda-feira (7). Um canivete, que teria sido utilizado pelo suspeito, foi apreendido pela Polícia Militar do Ceará (PMCE).
A vítima, identificada como Maurílio Fernandes - vocalista das bandas Switch Stance e Rocca -, foi levada ao Instituto Doutor José Frota (IJF) e segue internada. A reportagem apurou que o quadro de saúde do músico é estável.
Suspeito e vítima curtiam a festa com amigos em comum. Daniel é companheiro da ex-esposa de Maurílio. A mulher também estava no local e disse aos investigadores que o atual companheiro contou que sofreu um soco no rosto, antes de dar uma facada no ex-companheiro dela.
O juiz Tadeu Trindade de Ávila, da 17ª Vara Criminal - Vara de Audiências de Custódia, considerou que "a conduta atribuída ao imputado é de extrema gravidade, havendo indícios robustos de que tentou ceifar a vida da vítima mediante golpe de faca no pescoço - região de alta letalidade, em ambiente de aglomeração e entretenimento público, circunstância que ampliou o risco à integridade de terceiros".
Destaca-se o modus operandi adotado, com reiteradas tentativas de fuga e o descarte do instrumento perfurocortante em via pública, revelando periculosidade e desprezo pelas normas mínimas de convivência social."
Apesar do suspeito ser réu primário, o magistrado ponderou que "tal circunstância não se mostra suficiente, no caso concreto, para mitigar os riscos evidenciados". "A tentativa de homicídio, em local fechado e diante de várias testemunhas, indica uma postura que transcende o impulso momentâneo, revelando consciência da ilicitude e conduta incompatível com os pressupostos do convívio social", completou.
A defesa de Daniel Menezes ingressou com um pedido de Relaxamento de Prisão no Poder Judiciário, ainda na última segunda (7). Em nota enviada à reportagem, os advogados Wladimir Albuquerque d’Alva, Ítalo Farias Braga e Daniel Feitosa de Menezes informaram que têm "firme convicção na inocência de seu cliente".
Trata-se de um incidente que, conforme a narrativa inicial e os depoimentos colhidos no inquérito, decorreu de uma briga e não de um ato premeditado. A defesa sustenta que Daniel Fernandes agiu em evidente legítima defesa e que a investigação a ser aprofundada demonstrará que ele reagiu a uma injusta agressão. A defesa segue trabalhando para reverter a prisão preventiva de Daniel Fernandes, considerada injusta e desproporcional, carecendo de fundamentos legais idôneos."
Por fim, a defesa "reitera sua confiança no desenrolar da investigação e na justiça, para que os fatos sejam devidamente esclarecidos e a liberdade de Daniel Fernandes Bezerra de Meneses seja restabelecida".
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Suspeito foi rendido por pessoas na festa
Os policiais militares que atenderam a ocorrência informaram à Polícia Civil do Ceará (PCCE) que foram acionados pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) para uma ocorrência de lesão a faca, em uma boate localizada na Rua José Avelino.
Ao chegarem ao local, os PMs encontraram o suspeito de cometer o crime, que tentou fugir, mas foi rendido por pessoas que estavam no local; e um canivete, que tinha sido arremessado em um bueiro após o crime e que foi recuperado pelos seguranças do estabelecimento comercial.
Testemunhas do crime contaram à Polícia Civil que viram Daniel Menezes e Maurílio Fernandes discutirem próximo aos banheiros da boate e foram separados por seguranças do estabelecimento.
Ao ser interrogado por policiais civis do 7º Distrito Policial (7º DP), Daniel Fernandes Bezerra de Meneses preferiu se manter em silêncio.