Prefeito eleito de Baixio e empresários estão foragidos após operação em Pindoretama
Operação 'Vectura Fraus' investiga um suposto esquema de superfaturamento de contratos de locação de veículos
Secretários municipais de Pindoretama (CE) foram afastados dos cargos por suspeita de superfaturamento de contratos, nesta sexta-feira (6). A ação aconteceu durante operação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Ainda segundo o órgão, cinco empresários foram alvo de mandados de prisão por também supostamente participarem do esquema — um já foi preso e quatro seguem foragidos. O MPCE confirmou ao Diário do Nordeste que o prefeito eleito da cidade de Baixio, Lucio Barroso (Republicanos), é um dos foragidos.
Os investigados poderão responder por peculato, falsidade ideológica, associação criminosa e fraudes contratual e licitatória.
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Com apoio da Polícia Civil, a operação “Vectura Fraus” investiga um suposto esquema de superfaturamento e desvio de dinheiro público de contratos de locação de veículos firmados entre a Prefeitura de Pindoretama e empresas.
Durante a ação, os secretários municipais de Infraestrutura e Serviços Públicos; do Desporto e Lazer; de Administração; e do Gabinete do Prefeito foram afastados dos cargos por seis meses, suspeitos de participarem do esquema criminoso.
Investigações
Conforme o MPCE, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas sedes da Prefeitura de Pindoretama, do Gabinete do Prefeito e das empresas investigadas; além das residências dos suspeitos em Canindé, Baixio, Fortaleza e Pindoretama.
A investigação do Gecoc constatou que a Prefeitura de Pindoretama, entre os anos de 2021 e 2023, teria efetuado pagamentos para utilização de carros muito mais antigos do que os que deviam ser disponibilizados pelas empresas que mantinham contrato com o Poder Executivo do município, o que caracterizaria superfaturamento.
A suspeita é de que os veículos, utilizados pelas Secretarias de Infraestrutura e Serviços Públicos, do Desporto e Lazer, da Administração e pelo Gabinete da Prefeitura, eram locados a partir de pagamentos fraudulentos, o que teria gerado prejuízo aos cofres públicos, enriquecimento ilícito dos empresários e um serviço de pior qualidade.
As empresas investigadas teriam recebido da Prefeitura aproximadamente R$ 2,7 milhões durante o período.
O MP constatou ainda que as empresas teriam contratos com mais 30 municípios cearenses e teriam recebido valores que ultrapassam R$ 449 milhões em contratos de locação de veículos.