PM preso por matar esposa policial a tiros deve permanecer preso

A defesa diz que o militar agiu em legítima defesa.

Escrito por
Emanoela Campelo de melo emanoela.campelo@svm.com.br
(Atualizado às 15:31)
fotos de dois policiais militares que eram casados, a mulher foi morta pelo proprio marido, soldado da pmce
Legenda: O casal discutiu dentro do carro.
Foto: Reprodução/Redes Sociais.

O policial militar Joaquim Gomes de Melo Filho, suspeito de matar a tiros a esposa policial Larissa Gomes, no Eusébio, deve permanecer preso. A reportagem apurou que o soldado passou por audiência de custódia na manhã desta sexta-feira (5). A defesa do agente, representada pelo advogado Cícero Roberto, alega que o homem agiu em legítima defesa.

O Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu a conversão do flagrante em prisão preventiva. A Justiça decidiu que para o caso, neste momento, não cabe medida diversa que não seja a continuidade da prisão.

Larissa foi morta com tiros durante uma discussão do casal, na noite dessa quarta-feira (3). A policial militar tinha 26 anos, chegou a ser socorrida a uma Unidade de Pronto Atendimento, mas não resistiu aos ferimentos.

O caso é tratado pelas autoridades como feminicídio

O processo tramita em segredo de Justiça. 

BALEADO NA COXA

Em nota, a Polícia Militar do Ceará (PMCE) disse que o soldado chegou a ser baleado na coxa.

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O soldado teria sido baleado na coxa durante a discussão. A defesa de Joaquim diz que ele vinha sendo ameaçado e que o casal estaria se reconciliando, após darem entrada em um pedido de divórcio.

[ATUALIZAÇÃO às 15h31]

Na versão da defesa, a mulher foi a primeira a atirar e ele atirou em seguida. O motivo da discussão seria porque o casal não concordava sobre onde iriam morar.

O veículo e as armas usadas no crime foram apreendidos e devem passar por perícia. 

AGRESSÕES

Larissa Gomes relatava aos amigos e familiares que sofria constantes violências do companheiro desde o início do relacionamento, quatro anos atrás. A mais recente teria sido uma sequência de coronhadas — golpe dado com a coronha de uma arma — que a deixou com ferimentos abertos e afundados na cabeça.

"Deu uma coronhada no meu rosto e na minha cabeça, várias coronhadas. Uma abriu, a outra afundou, por isso que até hoje está inchado. Bati fotos para deixar como prova, mas ele, tão pilantra, não queria deixar [registrar]", disse a própria vítima em um áudio enviado a uma amiga. O conteúdo foi revelado pela TV Verdes Mares nessa quinta-feira (4).

A mãe da vítima, Fabíola Paiva, disse ter conhecimento de ao menos quatro episódios de agressão, incluindo uma vez em que Joaquim teria atirado em uma garrafa de Larissa porque ela estava conversando com outro colega de trabalho.

Fabíola confidenciou ainda que só não levou para frente a denúncia contra o ex-genro porque ele a ameaçou. "Ele bateu foto do meu apartamento e disse que, se eu denunciasse, ele sabia onde eu morava", lembrou.

Além disso, de acordo com a mãe, o policial deu ainda outros sinais de que era violento com Larissa. "Ele sempre foi agressivo. Afastou ela dos amigos, dos filhos dela [são três]. Ela só vinha ver os filhos quando não estava com ele. Foram quatro anos de muito sofrimento", desabafou Fabíola.

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