Pai é condenado a 24 anos de prisão por matar filha asfixiada no Ceará
Rodson Rui foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por homicídio triplamente qualificado
Rodson Rui de Oliveira Torres foi condenado a 24 anos e 10 meses de prisão por matar a própria filha de nove anos asfixiada. O Tribunal do Júri realizado nesta quinta-feira (24) decidiu sentenciar o réu, pelo crime ocorrido há 17 anos.
Foram quase 12 horas de julgamento no Fórum Clóvis Beviláqua, que contou com a presença da família da menina Thamires Lima Torres. Ao réu foi expedido mandado de prisão e negado o direito de recorrer e liberdade.
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O homem foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima).
A defesa afirma que irá apelar "para que a sentença não transite em julgado" e que irão entrar com habeas corpus para conseguir a liberdade do homem, disse o advogado Mardonio Almeida.
Os advogados Sarah Suzye, Jéssica Rodrigues e Felipe Kühn, da assistência de acusação, disseram estar satisfeitos com a decisão: "Estamos satisfeitos com a Justiça que foi feita para a pequena Thamires, com a execução provisória imediata da pena. O trabalho do promotor Marcus Renan é fantástico também, membro do Ministério Público que nos deu liberdade para falar. É um fechamento de um ciclo muito custoso para a família da vítima. Estamos aliviados, hoje tivemos Justiça".
SOBRE O CRIME
No dia 3 de junho de 2006, a criança estava em casa, no bairro Henrique Jorge, apenas na companhia do pai. A menina foi encontrada pela mãe, já morta, tendo o pai apresentado a versão de que "ela teria se acidentado se enrolando na rede em que brincava e acabado morrendo sufocada".
A perícia apontou que não seria viável a hipótese do suicídio por enforcamento, principalmente pelos resultados apresentados em laudo cadavérico.
Os machucados no pescoço da vítima "são contínuos, o que não acontece em casos de enforcamento ou acidente quando o peso da vítima faz com que os sulcos sejam ascendentes"
"Verifica-se, portanto, que a verdade foi finalmente trazida à tona: Rodson, que não chegava perto de ser um pai exemplar, como afirmado anteriormente, pôs fim à vida da filha. Tal fato, inclusive, deixou claro o motivo do banho dado em Thamires após sua morte: retirar qualquer indício que pudesse apontar seu executor. A torpeza na atitude de Rodson restou claramente demonstrada, pois este matou a criança pela vileza da pura maldade, para satisfazer sua vontade criminosa e assassina"
Em março do ano de 2019 a Justiça proferiu a sentença de pronúncia. A defesa do réu recorreu da decisão, mas em maio de 2020 a pronúncia (decisão de levar o acusado a júri popular) foi mantida.