MP denuncia três acusados por tentativa de chacina com criança morta atingida por 6 tiros na Rosalina

Três pessoas morreram na ação criminosa e outros dois ficaram feridos no ataque

Escrito por
Emanoela Campelo de Melo emanoela.campelo@svm.com.br
rosalina
Legenda: No local do crime foram apreendidos 80 projéteis de calibres diversos
Foto: VC/Repórter

Três homens foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) pela tentativa de chacina no bairro Rosalina, com uma criança entre as vítimas mortas. De acordo com a denúncia enviada ao Poder Judiciário nessa quarta-feira (26), que a reportagem teve acesso, são acusados: Joel Anastácio de Freitas; Francisco Kelton Ferreira do Nascimento, o 'Susto'; e Antônio Wesley Lopes Santos.

A acusação afirma que o crime aconteceu por motivo torpe, "consistente em ação da organização criminosa Guardiões do Estado (GDE) visando impor a autoridade e o domínio na região do crime". Três pessoas morreram e outras duas ficaram feridas.

Dentre os assassinados a tiros está um menino de 11 anos atingido por seis disparos. Segundo o perito forense, foram duas lesões a bala nas costas, duas na perna direita e outras duas no quadril.

O MP, por meio da 166ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, disse na denúncia que no local do crime foram apreendidos 80 projéteis de calibres diversos.

'VAI TODO MUNDO MORRER AQUI'

Consta no documento do MPCE, obtido pelo Diário do Nordeste, que os réus, vinculados à GDE, atacaram a região dominada pelo Comando Vermelho (CV) no dia 10 de fevereiro de 2025, em busca de um alvo específico. O alvo era padrasto da criança assassinada, e sobreviveu à ação criminosa.

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O homem de 48 anos voltava do trabalho, por volta de 12h30, quando foi perseguido e baleado. Ele correu para casa e recebeu ajuda do enteado, de apenas 11 anos, para se esconder.

Testemunhas relataram que durante o ataque Joel teria gritado: "vai todo mundo morrer aqui". 

Outra vítima da ação criminosa, José Carlos Pereira do Nascimento, de 37 anos, sofreu 19 tiros - sendo oito na cabeça, seis nas costas, três no braço direito, um na perna e um no tórax. A terceira vítima, um jovem do sexo masculino que não foi identificado, sofreu "múltiplas lesões a bala na cabeça, costas e membros", segundo o relatório da Polícia Civil.

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EXPULSÕES

No decorrer da investigação foi descoberto que alguns réus eram antigos moradores da Rosalina e foram expulsos. Para o MP, quando decidiram atacar o território, "muito embora tivessem como alvos principais pessoas que os réus acreditavam ter vínculos com a facção rival, também assumiram o risco de eventualmente atingir e matar outras pessoas não necessariamente vinculadas à criminalidade".

O Ministério Público destaca que a dinâmica adotada pelos acusados e demais executores ainda não identificados "demonstra que os réus empregaram meio que gerou perigo comum, assumindo o risco de eventualmente atingir e matar ainda mais pessoas além daquelas que vieram a ser atingidas".

O órgão também pediu outros laudos à perícia e que a Polícia Civil diligencie para verificar se nas proximidades do local do crime há câmeras de segurança "que eventualmente tenham feito gravações de imagens de interesse para a investigação".

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