Julgamento de garçom acusado de feminicídio em Fortaleza é adiado

A mulher teria sido morta por uma divergência no preço do programa, segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará

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Redação producaodiario@svm.com.br
A imagem mostra as fotos de Bruna Gonçalves Soares, vítima de feminicídio, e Antônio Carlos Sousa Pereira, acusado pelo crime.
Legenda: Bruna Gonçalves Soares foi morta a facadas por Antônio Carlos Sousa Pereira, no bairro Mucuripe, em Fortaleza, na manhã do dia 26 de outubro de 2024.
Foto: Reprodução.

O julgamento do garçom Antônio Carlos Sousa Pereira, pelo feminicídio de Bruna Gonçalves Soares, que estava marcado para acontecer na última quinta-feira (16), foi adiado para a próxima semana. O crime aconteceu em outubro do ano passado, em Fortaleza.

"A sessão de julgamento de Antônio Carlos Sousa Pereira, prevista para essa quinta-feira, 16, foi remarcada para o próximo dia 23 de outubro, às 9h, no Fórum Clóvis Beviláqua. O adiamento ocorreu por questões de saúde do profissional que atuaria na defesa do caso", informou o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), em nota.

A 5ª Vara do Júri de Fortaleza enviou ofícios para a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará (SAP), para apresentar o réu, que está recolhido na Unidade Prisional Vasco Damasceno Weyne (UP-Itaitinga 5); e para as polícias Civil (PCCE) e Militar do Ceará (PMCE), para requisitar a presença de policiais que serão ouvidos como testemunhas.

Antônio Carlos deve ser julgado pelo cometimento de feminicídio, por um júri popular - formado por sete pessoas comuns da sociedade, que serão sorteadas pela Vara no dia do julgamento.

A Justiça decidiu levar o réu a julgamento, em uma decisão proferida em fevereiro deste ano. A defesa do acusado recorreu, mas a decisão foi mantida em Segunda Instância. O processo integra o Programa Tempo de Justiça e deve ser julgado em menos de um ano após o crime.

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Como aconteceu o feminicídio

Bruna Gonçalves Soares, de 30 anos, foi assassinada a facadas, em uma vila de casas, no bairro Mucuripe, em Fortaleza, na manhã do dia 26 de outubro de 2024. 

Vizinhos ouviram os gritos da vítima e acionaram a Polícia Militar. Ao chegarem ao local, os PMs já encontraram a mulher morta, enquanto o suspeito tentava fugir. Antônio Carlos tinha sangue nos braços, no rosto e na roupa, quando foi detido pelos PMs no quintal de outra casa. "Fui eu", assumiu o suspeito, ao se entregar.

O acusado contou, em depoimento à Polícia Civil, que marcou um encontro com a mulher por um site de acompanhantes.

O crime foi motivado por uma divergência no preço do programa, segundo o Ministério Público do Ceará. No site, a mulher cobrava R$ 350. Porém, depois do programa, ela teria cobrado R$ 400, o que deu início a uma discussão.

A vítima estava em situação de prostituição, pois ofereceu seus serviços como profissional do sexo. Essa condição foi admitida pelo réu e atestada por outras evidências testemunhais e materiais colhidas nos autos. Nessa circunstâncias, existe uma situação objetiva de menosprezo a condição do sexo feminino."
Ministério Público do Ceará
Na denúncia

Em depoimento, o garçom alegou que foi ameaçado de morte pela vítima, por não ter dinheiro para pagar o programa. Ele afirmou que "agiu por impulso e medo" ao pegar uma faca e esfaquear a mulher várias vezes.

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