Grupo de extermínio formado por PMs é suspeito de homicídios em vingança à morte de policial no CE

Suposto líder da organização criminosa foi preso no hospital, após ser baleado junto de outros quatro PMs

Escrito por Redação ,
Mandado de prisão expedido pela Justiça foi cumprido contra o policial militar
Legenda: Mandado de prisão expedido pela Justiça foi cumprido contra o policial militar
Foto: Natinho Rodrigues

O cabo da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Igo Jefferson Silva de Sousa, preso no hospital na última quarta-feira (21) após ser baleado junto de outros policiais militares, é suspeito de participar dos assassinatos de dois homens em retaliação ao assassinato do soldado Bruno Lopes Marques, no bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, no dia 12 de fevereiro deste ano.

Conforme o Pedido de Prisão Preventiva do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), contra Igo Jefferson, que foi deferido pela Justiça Estadual, as autoridades receberam informações de que o PM "teria participado, juntamente com outros policiais do Batalhão ao qual pertencia o Soldado assassinado, de duas execuções na madrugada do dia 15/02/2024, sendo uma no Bairro Carlito Pamplona e outra no Bairro Cristo Redentor".

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tiros foram efetuados contra Arthur dos Santos Rodrigues, que morreu no local, na Rua Álvaro de Alencar, no bairro Carlito Pamplona, por volta de 2h30. Outro homem foi baleado na ação criminosa, mas conseguiu fugir com vida.

Poucos minutos depois, Márcio Wallace de Sousa Matos foi executado com 20 tiros, no bairro Cristo Redentor, na mesma região do primeiro crime. Testemunhas dos dois homicídios afirmaram que os crimes foram cometidos por cerca de cinco homens encapuzados, em um veículo estilo hatch, de cor branca.

Informações recebidas pelo Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) dão conta que os homicídios foram cometidos por um grupo de extermínio, formado por policiais militares, que tem Igo Jefferson, conhecido como 'Igo Negão', como chefe.

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Organização criminosa formada por PMs

Os homicídios ocorreram três dias depois do assassinato do soldado Bruno Marques, no Pirambu, em Fortaleza. Segundo o Gaeco, 'Igo Negão' e Bruno "atuariam em conjunto em 'grupo de extermínio e extorsões contra criminosos da área do Pirambu'".

A dupla já era alvo da Operação Embrionária, "que já está com as medidas cautelares finalizadas, mas ainda encontra-se emsigilo absoluto enquanto aguarda a conclusão do relatório final", segundo o Pedido de Prisão Preventiva do Gaeco.

A operação, que conta com o apoio da Coordenadoria de Inteligência da SSPDS/CE, teve inicio com o objetivo de investigar um grupo de Agentes de Segurança Pública que supostamente integraria organização criminosa voltada à prática de graves crimes, eminentemente execuções e extorsões a comerciantes e traficantes locais, com o objetivo de tomar o controle do tráfico de drogas do Bairro Tabapuá, em Caucaia/CE."
Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, do MPCE
Em Pedido de Prisão Preventiva

A Auditoria Militar do Estado do Ceará, da Justiça Estadual, acatou o pedido do MPCE e decretou a prisão preventiva de Igo Jefferson Silva de Sousa, na última terça-feira (20). O mandado de prisão foi cumprido pelo Gaeco e pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), na última quarta-feira (21), em uma unidade de saúde, onde 'Igo Negão' se recupera de um tiro que sofreu no dia 17 deste mês.

Na ocasião, Igo e outros quatro PMs foram baleados. Conforme uma fonte da Polícia Militar, o grupo formado por 5 PMs de folga se dirigiram à Barra do Ceará, em Fortaleza, na madrugada de sábado (17), para tirar satisfações com integrantes de uma facção criminosa, que estaria ligada ao assassinato do soldado Bruno Lopes Marques, de 27 anos, no bairro Carlito Pamplona, no último dia 12 de fevereiro.

Entretanto, os faccionados também estavam armados e conseguiram balear os cinco policiais. Igo sofreu o ferimento mais grave, na boca. Enquanto os outros PMs ficaram feridos no abdômen ou nas pernas. Para despistar a ação conjunta, os policiais baleados se distanciaram e pediram ajuda de outros agentes de segurança em pontos distintos da Capital, entre a Barra do Ceará e o Grande Pirambu.

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