Facção compra droga da Bolívia e movimenta, em dois meses, R$ 600 mil em contas de "laranjas" no CE

Polícia Civil chegou aos esquemas criminosos a partir da prisão de um líder da facção carioca

Escrito por Redação ,
Crimes foram descobertos em investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil
Legenda: Crimes foram descobertos em investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil
Foto: Divulgação

O aprofundamento de uma investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), sobre um líder de uma facção criminosa carioca levou a uma rota do tráfico de drogas que parte da Bolívia e a contas bancárias de "laranjas", com uma movimentação de R$ 600 mil em dois meses.

Cosmo Rosa da Silva, o 'Gago da Aerolândia", de 38 anos, foi preso em Natal (RN), quando se preparava para embarcar em um voo com destino a São Paulo, em outubro de 2020. Ele morava no Rio Grande do Norte há cerca de quatro anos, mas mesmo assim comandava o tráfico de drogas na região da Aerolândia, em Fortaleza.

Através da prisão, a Polícia Civil descobriu que o braço da facção carioca trazia entorpecentes da Bolívia, que passavam pelo município de Guajará-Mirim (RO), cruzavam o Norte do Brasil e chegavam ao Ceará. E localizou também indícios de lavagem de dinheiro.

Segundo Harley Filho, pelo menos quatro mulheres abriram contas bancárias a pedido do 'Gago da Aerolândia', para ele movimentar dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Uma sobrinha do investigado, de 29 anos, que abriu uma conta para ele há dois anos, foi alvo de um mandado de prisão, cumprido na última terça-feira (2), durante a segunda fase da operação.

Em apenas dois meses, as contas dos 'laranjas' movimentaram um total de R$ 600 mil, valor incompatível com as rendas pessoais. De acordo com a Polícia, nem todas essas mulheres sabiam que o dinheiro que circulava nas contas era criminoso.

Além do mandado de prisão, a Draco cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, nos bairros Aerolandia, Parque Dois Irmãos, Conjunto Prefeito José Walter e Papicu, em Fortaleza. Anotações e mídias eletrônicas foram apreendidas pelos policiais civis. Segundo o delegado, não foi encontrado nenhum ilícito nas residências.

Sequestro dos bens

"As investigações vão continuar para identificar o restante desse núcleo criminoso, bem como identificar os bens que estão no nome dessas interpostas pessoas, para que eles sejam sequestrados pela Justiça", avisa o titular da Draco, Harley Filho.

Segundo o delegado, as investigações da Especializada sobre organizações criminosas já resultaram no sequestro de sete imóveis de luxo, somente no último mês de janeiro.

"Nós sabemos que, quando suprimimos o poderio econômico dessas organizações criminosas, vai dificultar que elas tenham essas ligações com o mundo exterior, para pagar a droga que chega aqui no Brasil e as armas de fogo que chegam no nosso Estado, e dessa forma arrefecer os crimes violentos que atingem nossa sociedade", destaca.

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