Epicentro de motim da PM, sede do 18º batalhão será transferida

Provisoriamente, o quartel será transferido para Campus do Pici, da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde atualmente existe uma Base Móvel da Polícia Militar. O terreno do Batalhão deve ser anexado por escola

Escrito por Redação ,
Legenda: Da mesma forma que a paralisação de 2011/2012, o motim deste ano teve o 18º Batalhão como sede principal
Foto: Foto: José Leomar

A Polícia Militar do Ceará (PMCE) confirmou que a sede do 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM), no bairro Antônio Bezerra, será transferida para outro local. A reportagem do Sistema Verdes Mares apurou que o local será demolido e terá seu espaço integrado à Escola de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Bezerra de Menezes, que fica ao lado do quartel e foi ocupada por policiais amotinados durante a paralisação de parte da PM.

Conforme uma fonte da Polícia Militar, o espaço onde hoje existe a 1ª Companhia do 18º Batalhão e a Unidade Integrada de Segurança (Uniseg) 14 fará parte de um anexo da escola. As obras devem começar nos próximos dias.

Segundo apuração da reportagem, o Governo do Estado ainda busca um terreno para abrigar a nova sede da Organização Policial Militar (OPM). A assessoria de comunicação da Polícia Militar não especificou a data da modificação, como ela será feita, nem as razões para a transferência. O órgão ressaltou apenas que o novo endereço provisório do 18º Batalhão será no Campus do Pici, da Universidade Federal do Ceará (UFC), cuja entrada se dará pela Rua Pernambuco, no bairro Pici.

Por sua vez, a UFC informou "que não há registro de solicitação de transferência do 18º Batalhão ou de qualquer outro, para os campi da instituição".

Motim

O 18º BPM foi o epicentro da paralisação de policiais militares de fevereiro de 2020. O motim de parte da categoria durou 13 dias e só findou após acordo firmado entre entes públicos, representantes de policiais amotinados e o Governo do Estado.

Na sede do quartel, diversas viaturas foram colocadas desde o início da paralisação; elas tiveram seus pneus furados ou secos e impediram a livre circulação de veículos na região. Os carros foram retirados de diversos batalhões e realocados em, pelo menos, quatro ruas dos entornos.

Legenda: A Escola José Bezerra de Menezes foi ocupada por pessoas que se identificaram como agentes de segurança durante o motim dos PMs do Ceará
Foto: Gustavo Pellizzon

O 18º BPM esteve com policiais amotinados desde que o motim se iniciou. Era de lá que as decisões do movimento paredista eram tomadas e a partir das quais os outros quartéis - também ocupados - seguiam determinações.

A paralisação de policiais de 2011/2012 também teve o 18º BPM como seu epicentro. Na época, o local abrigava a 6ª Companhia do 5º Batalhão. Inicialmente, os PMs decidiram que ficariam acampados no Ginásio da Parangaba, mas com a desmobilização dos PMs no local, a liderança do motim de 2011/2012 conclamou que todas as viaturas tomadas nas ruas da cidade fossem levadas para a 6ª Cia do 5º BPM.

A partir desse momento, as decisões passaram a ser tomadas lá e, diferentemente do que ocorreu neste ano, apenas o quartel do Antônio Bezerra estava ocupado, concentrando informações, amotinados e decisões.

Base no Pici

Atualmente, o Campus do Pici já dispõe de uma base da Polícia Militar em seu terreno. O agrupamento funciona na Rua Abdenago Rocha Lima, 500, e fica próximo às residências estudantis. A ideia era que o prédio da 15ª Uniseg fosse erguido pelo Governo do Estado em um terreno cedido pela UFC. Na unidade são desenvolvidos projetos sociais, como o Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (GAVV), no qual policiais agem como mediadores de conflitos; e o Grupo de Segurança Escolar (GSE), cuja atuação ocorre em parceria com as escolas para formação social dos alunos.