Escola pública invadida durante motim de PMs é desocupada; aulas serão retomadas na terça

A instituição estava sem aulas desde o dia 20 de fevereiro

Escrito por Redação ,
Legenda: A Escola José Bezerra de Menezes foi ocupada por pessoas que se identificaram como agentes de segurança durante o motim dos PMs do Ceará
Foto: Gustavo Pellizzon

A EEFM Escola José Bezerra de Menezes, no Bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza, foi desocupada na manhã desta segunda-feira (2°), após o fim do motim de grupos de policiais militares do Ceará. O prédio da instituição teve o cadeado arrombado por pessoas que se identificaram como agentes de segurança na última segunda-feira (24). As aula dos 565 alunos do colégio, entretanto, já estavam suspensas desde o último dia 20, com a ocupação do 18º Batalhão da Polícia Militar, vizinho à escola.

A Secretaria de Educação do Estado do Ceará (Seduc) afirmou que as aulas devem ser retomadas nesta terça-feira (3). A direção da instituição fará uma reunião com a Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor) para definir o calendário de reposição das aulas. 

Neste sábado (29), a Seduc enviou um ofício solicitando apoio do exército para garantir a retomada regular das aulas à 10° Região Militar, responsável pela ação do exército durante a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A 10° Região Militar, no entanto, afirmou que as ações da Operação Mandacaru não incluem reintegração de posse

A escola fica situada na Rua Anário Braga e teve um bloco de cinco salas de aula, cozinha e banheiros ocupado pelos agentes amotinados. De acordo com a Seduc, no momento da invasão, o vigilante da instituição abordou os ocupantes, que informaram que ocupariam o espaço da escola e se identificaram como agentes de segurança.

Paralisação da PM

Os policiais militares amotinados no 18º Batalhão decidiram pelo fim do movimento na noite deste domingo (1º).  A proposta acordada não garante a anistia aos agentes de segurança que foram alvos de inquéritos durante a paralisação. O Governo do Estado, porém, se comprometeu a rever casos de forma individual e tratar cada um deles conforme as garantias constitucionais. Foi decidido também que haverá uma Comissão Externa constituída pela Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Defensoria Pública, Ministério Público Estadual e Federal para acompanhar a tramitação do acordo.

Durante os 13 dias de paralisação, os índices de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) tiveram saltos vertiginosos. Conforme dados não consolidados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), até o dia 27 deste mês, foram registrados 405 assassinatos no Ceará. É o maior índice em oito anos e o número também cresceu 174% em relação ao registrado em fevereiro do ano passado, quando houve 164 homicídios.