Chacina da Messejana: Justiça marca julgamento de mais 3 PMs por matança; saiba as datas

Ao total, 7 policiais militares já têm data para sentar no banco dos réus e serem julgados por participação na morte de 11 pessoas, em Fortaleza

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
11 pessoas foram mortas na Grande Messejana, em Fortaleza, entre a noite de 11 de novembro e a madrugada de 12 de novembro de 2015
Legenda: 11 pessoas foram mortas na Grande Messejana, em Fortaleza, entre a noite de 11 de novembro e a madrugada de 12 de novembro de 2015
Foto: JL Rosa

Mais três policiais militares, acusados de participar da Chacina da Messejana, tiveram o julgamento marcado pela Justiça Estadual, para setembro deste ano. Quatro PMs já estavam listados para sentar no banco dos réus, no primeiro júri popular em decorrência da morte de 11 pessoas, em Fortaleza, no ano de 2015.

Dois PMs, Francinildo José da Silva Nascimento e Gaudioso Menezes de Matos Brito Goes, devem ser julgados no 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, no próximo dia 30 de agosto, a partir de 9h, por decisão da 1ª Vara do Júri, proferida no último dia 10 de março.

Além do interrogatório dos réus, devem ser ouvidas 7 vítimas sobreviventes da Chacina, 4 testemunhas arroladas pela acusação e 4 testemunhas arroladas pelas defesas.

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Entretanto, outros 11 policiais militares - que estão inclusos no mesmo processo criminal - ainda não tiveram julgamento marcado. Segundo a 1ª Vara do Júri, eles aguardam o trânsito em julgado de recursos ingressados em Tribunais Superiores, sobre a decisão da Justiça Estadual de levá-los a julgamento.

A defesa dos policiais Francinildo José e Gaudioso Menezes diz ter recebido o despacho de marcação do júri "com entusiasmo".

"Estamos tecnicamente preparados e convictos de que a justiça será feita com absolvição dos nossos associados, em razão das robustas provas que apontam a não participação deles em qualquer evento criminoso ligado à Chacina do Curió", disse o advogado Francisco Sabino, da Associação das Praças do Estado do Ceará (Aspra).

Em outra ação penal, o Colegiado de Juízes que atua no processo da Chacina marcou o julgamento da policial militar Maria Bárbara Moreira, para o dia 14 de setembro deste ano, às 9h.

Além da ré, serão ouvidas as 7 vítimas sobreviventes e 5 testemunhas de acusação. No mesmo processo, outros 7 PMs não tiveram o julgamento marcado, por aguardarem decisões nos recursos às Instâncias Superiores.

[Atualização: 29/03/2023, às 10h12] Após a publicação da matéria, a defesa da sargenta PM Bárbara, representada pelo advogado Cícero Roberto, afirmou que a equipe policial que a militar pertencia "não foi indiciada na fase de inquérito, só foram arrolados pelo Ministério Público porque estiveram no apoio da busca dos homicidas do PM que foi morto no local (soldado Serpa). Todos estavam em obediência hierárquica pela CIOPS (devidamente registrados no local da ocorrência) e por autorização do Comandante do Esquadrão de Polícia Montada".

A defesa da acusada explicou ainda que, naquela noite, a equipe policial se dirigiu ao Beco dos Doze e abordou um homem, que tinha recebido uma mensagem no aplicativo WhatsApp de outra pessoa, que dizia para ficar atento à presença de policiamento reservado. Segundo Cícero Roberto, o homem abordado esclareceu à Justiça que não sofreu nenhuma violência pela composição policial e ainda que não os viu cometer qualquer crime.

A 1ª Vara do Júri já tinha marcado o julgamento dos PMs Marcus Vinícius Sousa da Costa, Antonio José de Abreu Vidal Filho, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio para o dia 20 de junho de 2023, às 9h, no 1º Salão do Júri.

34 policiais militares respondem pela Chacina

Os três processos criminais originados pela morte de 11 pessoas, na Grande Messejana, em Fortaleza, entre a noite de 11 de novembro e a madrugada de 12 de novembro de 2015, seguem sem julgamento na Justiça Estadual.

Ao total, 34 policiais militares foram pronunciados, em três processos criminais, derivados da Chacina da Messejana (também conhecida como Chacina do Curió). 8 PMs foram impronunciados e outros 2 militares, tiveram a conduta desclassificada para crimes de menor gravidade.

Conforme as investigações, policiais em serviço e de folga teriam se reunido para procurar os suspeitos e vingar a morte do soldado Valtemberg Chaves Serpa, em um latrocínio ocorrido na noite de 11 de novembro daquele ano.

 

 

 

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