CGD abre investigações contra 12 militares por casos de agressão física e prisão ilegal no Ceará

Entre as suspeitas, há violência contra presos e até contra a própria companheira

Escrito por Redação ,
As portarias da CGD foram publicadas no Diário Oficial do Estado da última quarta-feira (18)
Legenda: As portarias da CGD foram publicadas no Diário Oficial do Estado da última quarta-feira (18)
Foto: Fabiane de Paula

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) abriu investigações administrativas contra 12 militares (sendo 11 policias e um bombeiro) por casos de agressão física e prisão ilegal no Ceará. As portarias foram publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira (18).

Quatro policiais militares (um cabo e três soldados) viraram alvos de uma Sindicância Administrativa pela suspeita de cometer agressões físicas contra seis presos, em Quixadá, na data de 26 de janeiro de 2019. Segundo a CGD, a conduta dos PMs pode ter violado valores fundamentais e os deveres éticos do Código Disciplinar da Polícia Militar do Ceará (PMCE).

Outra Sindicância Administrativa, aberta por denúncia semelhante, investigará dois PMs. Um sargento e um soldado são suspeitos de espancar um preso, no Município de Arneiroz, em 30 de setembro de 2015. Laudo pericial comprovou que o suspeito continha "lesão corporal de natureza grave".

Agressões físicas em período de folga

Mais dois policiais militares responderão a processos administrativos-disciplinares na Controladoria Geral de Disciplina por agressões físicas cometidas em período de folga.

Uma das investigações é contra um cabo PM que foi preso em flagrante por agredir a sua companheira, em Quixadá, no dia 4 de novembro de 2020.

Enquanto um sargento PM se envolveu em uma briga em um bar, no Município de Tauá, na noite de 16 de outubro de 2019. Conforme as informações levantadas pela CGD, o policial e outro homem ingeriam bebida alcoólica quando travaram uma briga corporal. O militar ainda teria puxado a arma de fogo.

Outra Sindicância Administrativa foi aberta contra um bombeiro militar por ameaçar agredir um homem, pela redes sociais da Internet e na residência do mesmo, localizada em Alto Santo. O soldado falou que iria dar "uma pisa" em praça pública e ainda bateu na porta da vítima para reforçar as ameaças.

Prisão ilegal de mulher no Interior

Três policiais militares (um sargento e dois soldados) passaram a ser investigados pela CGD por uma suspeita de prisão ilegal cometida contra uma mulher, em Arneiroz. Ela foi algemada, colocada no xadrez da viatura e levada à Delegacia Regional de Tauá, da Polícia Civil do Ceará (PCCE).

Na Delegacia, segundo a Portaria publicada no DOE, "não foi lavrado nenhum procedimento policial em desfavor da mesma, uma vez que, o Delegado de Polícia Civil plantonista que recebeu a ocorrência concluiu pela atipicidade do fato gerador da prisão efetuada pelos militares". A mulher terminou sendo solta pelo delegado.

Assuntos Relacionados