Caso Clarissa: Juliette reúne celebridades para campanha contra o feminicídio
Ação acontece na semana em que deve ocorrer nova audiência de instrução sobre o assassinato da enfermeira cearense.
A campeã do BBB 21, Juliette Freire, reuniu diversas celebridades para reforçar uma campanha contra o feminicídio, na véspera do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, que ocorre nesta terça-feira (25).
Em vídeo publicado nas redes sociais, as artistas citam histórias de mulheres que tiveram a vida violentamente ceifada pela violência doméstica, incluindo a de Clarissa, enfermeira do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) morta a facadas pelo namorado em julho, na Capital.
Juliette, amiga de longa data de Clarissa, está engajada em campanhas que pedem justiça pelo brutal assassinato da jovem cearense. Uma nova audiência de instrução sobre o caso Clarissa — momento em que o juiz coleta depoimentos das partes e de peritos — está marcada para esta sexta-feira (28).
Campanha contra o feminicídio
Após perder de forma cruel a amiga, Juliette se juntou a personalidades como Xuxa, Angélica, Juliana Paes, Sabrina Sato, Bianca Andrade, Erika Januza, Ingrid Guimarães, Cintia Chagas, Bela Gil, Duda Santos, Isadora Cruz e Tati Machado para lutar pelo protagonismo feminino, a independência das mulheres e a luta contra a violência.
"Todos os dias, pelo menos quatro mulheres são silenciadas pelo feminicídio no Brasil. Somos o 5º país que mais mata mulheres no mundo", afirma Xuxa no vídeo.
As artistas ainda aparecem explicando as diferenças entre a violência psicológica, violência patrimonial, violência moral e violência sexual.
"Amanhã, 25 de novembro, é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher. Nós estamos aqui para dizer que: você não está sozinha. Não tenha medo ou vergonha, peça ajuda, denuncie. Não se cale", diz Juliette, encorajando os seguidores a compartilhar o vídeo da campanha "#VocêNãoEstaSozinha" para que mais pessoas sejam alcançadas.
Assista ao vídeo
No vídeo, as mulheres também divulgam o número 180, telefone da Central de Atendimento à Mulher, um serviço do Governo Federal que oferece acolhimento, orientação e encaminhamento para mulheres vítimas de violência.
O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, e é gratuito e confidencial. Além do telefone, o serviço também está disponível por WhatsApp, chat e vídeo. Em caso de emergência, deve-se acionar a Polícia Militar pelo número 190.
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Caso Clarissa
Clarissa Costa Gomes foi morta a facadas na noite do último 9 de julho, no bairro Jardim Cearense, em Fortaleza. Ela tinha 31 anos e trabalhava como enfermeira no HGF. O crime foi cometido pelo ex-namorado dela, o gestor ambiental Matheus Anthony Lima Martins Queiroz, 26. Ele foi preso em flagrante na Maraponga minutos após o crime.
À época, o Diário do Nordeste apurou que o assassinato teria sido motivado pela não aceitação, por parte do homem, do fim do relacionamento.
O caso chocou familiares de Clarissa, que não tinham conhecimento de agressões ou ameaças sofridas pela vítima nos quase dois anos em que ela esteve com o assassino. "Ele não bebia, nem fumava. Isso, de certa forma, a gente acha que é até uma qualidade. Mas, como eu sempre digo: antes um bêbado sem fazer nada [criminoso] do que um bonzinho, mas, por trás, uma mente perversa", desabafou à reportagem o pai da vítima, Luciano Gomes, à época.
Entretanto, amigas da vítima relataram à família que poucos meses antes do crime começaram a suspeitar que Clarissa estivesse imersa em um relacionamento abusivo. Um dos sinais foi que Matheus chegou a impedi-la de sair sem ele. Em outro momento, o autor do feminicídio chegou a ameaçar fazer algo contra a vida da enfermeira ou a dele próprio se ela não atendesse a uma exigência dele.
Uma nova audiência de instrução sobre o caso, momento em que o juiz coleta depoimentos das partes e de peritos, deve acontecer nesta sexta-feira (28).