Acusado de ser um dos executores da Chacina das Cajazeiras em Fortaleza tem julgamento marcado
Apenas um dentre 15 denunciados foi julgado e condenado pelo crime, após sete anos e seis meses da matança
Um dos acusados de participar da Chacina das Cajazeiras - que deixou 14 mortos no Forró do Gago, em Fortaleza - deve ir a julgamento na Justiça Estadual, em setembro deste ano. Apenas um dentre 15 denunciados foi julgado e condenado pelo crime, após sete anos e seis meses da matança.
A 2ª Vara do Júri de Fortaleza marcou o julgamento de Ayalla Duarte Cavalcante para 8h30 do dia 18 de setembro deste ano. O acusado será submetido ao júri popular - formado por sete pessoas da sociedade.
Ayalla Duarte chegou a ser impronunciado pela Justiça Estadual (ou seja, não seria levado a júri) pelos 14 homicídios. Porém, o Ministério Público do Ceará (MPCE) recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), que acatou o pedido para o réu ser julgado pelas mortes no Forró do Gago, além dos crimes de incêndio, fraude processual e por integrar organização criminosa.
Segundo as investigações da Polícia Civil do Ceará (PCCE) e a acusação do MPCE, Ayalla Duarte Cavalcante, conhecido como 'Zóio' ou 'Zoião', foi um dos executores da ação criminosa que resultou na matança. Na fuga, ele e os comparsas teriam incendiado um veículo Volkswagen Golf.
Ao ser interrogado pela Polícia, Ayalla negou participação direta na matança e admitiu apenas que incendiou um veículo, a mando de um homem, em troca de R$ 70.
Veja também
Como estão os outros réus
As investigações policiais apontaram que a Chacina das Cajazeiras foi praticada pela facção criminosa cearense Guardiões do Estado (GDE), com o objetivo de intimidar rivais da facção carioca Comando Vermelho (CV), que costumavam frequentar e confraternizar no Forró do Gago.
A festa foi interrompida por tiros, no bairro Cajazeiras, durante a madrugada de 27 de janeiro de 2018. 14 pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas. A maioria das vítimas não tinha passagem pela Polícia.
pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Ceará por participação na Chacina das Cajazeiras. Entretanto, a 2ª Vara do Júri de Fortaleza decidiu por pronunciar (ou seja, levar a julgamento) apenas nove réus.
Ednardo dos Santos Lima, apontado pelos investigadores como um dos líderes da GDE a ordenar a Chacina, foi o único réu julgado, até a publicação desta matéria. Ele foi condenado a 790 anos e 4 meses de reclusão, por 14 crimes de homicídio, 15 tentativas de homicídio e por integrar organização criminosa.
Também foram pronunciados:
- Noé de Paula Moreira, o 'Gripe Suína';
- Misael de Paula Moreira, o 'Terrorista;
- Zaqueu Oliveira da Silva, o 'Macumbeiro';
- Fernando Alves de Santana, o 'Robin Hood';
- Francisco Kelson Ferreira do Nascimento, o 'Susto';
- Ruan Dantas da Silva, o 'RD';
- Joel Anastácio de Freitas, o 'Gaspar'.
Os réus impronunciados (ou seja, que não vão a julgamento) são: Deijair de Souza Silva, o 'De Deus'; Francisco de Assis Fernandes da Silva, o 'Barrinha'; João Paulo Félix Nogueira; Auricelio Sousa Freitas, o 'Celim da Babilônia'; e Victor Matos de Freitas. Já Rennan Gabriel da Silva, o 'RG' ou 'Biel', morreu sob custódia do Estado (pois estava preso), no Hospital São José, em janeiro de 2019.
Quem foram as vítimas da Chacina:
- Maíra Santos da Silva (15 anos)
- José Jefferson de Souza Ferreira (21)
- Raquel Martins Neves (22)
- Luana Ramos Silva (22)
- Wesley Brendo Santos Nascimento (24)
- Natanael Abreu da Silva (25)
- Antônio Gilson Ribeiro Xavier (31)
- Renata Nunes de Sousa (32)
- Mariza Mara Nascimento da Silva (37)
- Raimundo da Cunha Dias (48)
- Antônio José Dias de Oliveira (55)
- Maria Tatiana da Costa Ferreira (17)
- Brenda Oliveira de Menezes (19)
- Edneusa Pereira de Albuquerque (38)