Acusado de assassinar ex-namorada e ocultar o cadáver vai a júri popular por feminicídio
A defesa de Francisco Alberto Calixto Filho chegou a recorrer da denúncia, mas, nesta semana, o Poder Judiciário manteve a decisão contra o acusado
Francisco Nobre Calixto Filho deve ir a júri popular pelo crime de feminicídio. A decisão proferida em junho deste ano foi mantida pela Justiça nesta semana. Calixto é acusado de matar e ocultar o cadáver da ex-namorada, Stefhani Brito Cruz.
A defesa dele tinha recorrido da decisão afirmando que o caso se tratou de um crime passional e que, para eles, isto não se confundia com feminicídio. A defesa também havia pedido para retirar a qualificadora do motivo torpe alegando que "determinados atos praticados pela vítima levaram ao comportamento inominado do denunciado, por motivo de ciúme".
Ao manter a decisão, a relatora do caso, desembargadora Maria Edna Martins, destacou que no Código Penal não existe a tipificação de homicídio passional, e sim feminicídio. O júri segue sem data para acontecer.
Luta
Para Maria Rosilene Brito, mãe da vítima, a Justiça vem cumprindo seu papel. "A família ficou feliz ao saber que a Justiça está sendo feita e que vai permanecer que foi um feminicídio. Deus é justo, Deus é pai. Ela não merecia, a gente não merecia. A Justiça decidiu certo. Deus está mostrando o que realmente é para ser feito. Eu sinto falta da minha filha todos os dias. Tem muitas coisas referentes a ela que eu não consigo assimilar", afirmou Maria.
O crime aconteceu no dia 1º de janeiro de 2018, no bairro Mondubim. Francisco Nobre Calixto passou mais de um ano foragido e chegou a integrar a lista dos criminosos mais procurados do Ceará. Ele foi preso em fevereiro de 2019, no Pará.