Julho chega ao fim com o menor número de casos e óbitos por Covid-19 no Ceará em 2021

No mês, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) registrou 18.068 infecções e 371 mortes em decorrência da doença

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: Avanço na campanha de vacinação refletiu em melhora do cenário pandêmico no Ceará
Foto: Thiago Gadelha

O avanço da vacinação contra a Covid-19 no Ceará já começa a mostrar resultados. Julho chega ao fim com o menor número de casos e óbitos por decorrência do novo coronavírus no comparativo com os outros meses deste ano.

Conforme dados da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado, foram registrados, em julho, 18.068 infecções e 371 mortes. Até então, o mês com menor número de casos e óbitos tinha sido janeiro, com 42.175 e 562, respectivamente. A redução em julho, no comparativo com janeiro, foi de 57% nos casos, e queda de 34% nas mortes.

Quando comparado ao mês anterior, a redução em pontos percentuais é ainda maior. Junho teve 55.813 registros de infecção, o que representa quase 70% a mais em relação a julho. Já nas mortes por decorrência do vírus SARS-Cov-2, o mês passado somou 1.213 vidas perdidas. O número é mais que o triplo dos óbitos contabilizado no mês de julho. 

Ao longo deste ano, o mês com maior número de casos (133.910) e óbitos (3.751) foi abril. O período foi marcado pelo pico da segunda onda da pandemia no Estado. Daquele mês em diante, os registros de novas infecções e mortes entraram em uma curva decrescente.

Já quando analisadas primeira e segunda ondas da pandemia, julho de 2021 só teve mais casos que março do ano passado, quando foram registradas 5.193 infecções. Em relação aos óbitos, julho aparece com mais registros do que março de 2020, quando houve 25 mortes; e novembro do ano passado, com 295.

Casos e mortes por Covid-19 mês a mês, desde o início da pandemia:

  • Março de 2020: 5.193 casos e 25 mortes
  • Abril de 2020: 26.337 casos e 876 mortes
  • Maio de 2020: 70.792 casos e 4.023 mortes
  • Junho de 202: 63.488 casos e 2.061 mortes
  • Julho de 2020: 52.209 casos e 1.253 mortes
  • Agosto de 2020: 31.650 casos e 727 mortes
  • Setembro de 2020: 22.885 casos e 538 mortes
  • Outubro de 2020: 20.505 casos e 348 mortes
  • Novembro de 2020: 28.865 casos e 295 mortes
  • Dezembro de 2020: 30.932 casos e 441 mortes
  • Janeiro de 2021: 42.175 casos e 562 mortes
  • Fevereiro de 2021: 67.810 casos e 1.091 mortes
  • Março de 2021: 125.183 casos e 3.406 mortes
  • Abril de 2021: 133.910 casos e 3.751 mortes
  • Maio de 2021: 122.666 casos e 2.538 mortes
  • Junho de 2021: 55.813 casos e 1.213 mortes
  • Julho de 2021: 18.068 casos e 371 mortes

Importância da vacinação

A infectologista Sara Veras, do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), considera que esta redução deve-se, sobretudo, ao processo de vacinação contra a doença.

Ainda que a imunização no Ceará – a exemplo do que acontece em quase todo o Brasil – só tenha atingido 18% da população com as duas doses ou dose única, a médica aponta que o imunobiológico tem se mostrado eficaz no combate à pandemia.

"[A vacinação] é sem dúvida a principal responsável pela queda nos indicadores de mortes e casos graves", pontua. Contudo, segundo ela, esse cenário de redução não pode ser usado como justificativa para relaxamento dos cuidados.

Reside na variante Delta, que teve os primeiros casos confirmados no Ceará nesta semana, o grande temor para o surgimento de uma terceira onda. "A vacina tem se mostrado eficiente diante das variantes, mas o problema é que ainda há muitas pessoas sem estarem imunizadas e isso pode ser um problema", alerta.

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Diante da nova variante, que segundo especialistas tem uma transmissibilidade mais rápida, Sara reforça a importância de se manter os cuidados não farmacológicos.

"A vacina protege a pessoa de ter sintomas graves e consequentemente reduz o risco de morte. Mas ela ainda pode se contaminar e, uma vez contaminada, pode transmitir o vírus para outras pessoas. Se esse receptor não estiver completamente vacinado, há risco de sintomas graves", explica.

Essas múltiplas possibilidades podem convergir no retorno do aumento da demanda hospitalar. Sara acrescenta que é, sim, possível o surgimento de uma terceira onda. "Por isso a importância do processo de imunização avançar de forma célere e, paralelo a isso, manter todos os cuidados".

Variante Delta

Na última quinta-feira (29), a Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado confirmou que quatro casos da variante Delta da Covid-19 foram identificados no Ceará. Os viajantes, oriundos do Rio de Janeiro, foram testados entre os dias 19 e 21 de julho, no Aeroporto de Fortaleza. São três mulheres e um homem, com idades entre 22 e 26 anos.

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A Sesa e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão realizando busca ativa na lista dos passageiros e tripulantes de três aeronaves vindas do Rio de Janeiro, onde estavam os quatro viajantes que testaram positivo para a variante originária da Índia", informou, por nota, a Sesa.

A recomendação é de que todas as pessoas presentes nos voos listados abaixo realizem quarentena de 14 dias. São eles:

  • Voo Gol 2021 de 19/7/2021 – Rio de Janeiro → Fortaleza
  • Voo Latam 3383 de 20/7/2021 – Rio de Janeiro → Fortaleza
  • Voo Azul 4763 de 21/07/2021 – Rio de Janeiro → Fortaleza

 

 

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