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Sob comando de Wagner, União Brasil deve mudar composição das bancadas no Legislativo

Com a definição sobre a presidência estadual da legenda, sigla deve atrair aliados do deputado federal e pode ter debandada de parlamentares da base aliada

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Assembleia Legislativa do Ceará
Legenda: Disputa pelo União Brasil aqueceu os bastidores na pré-campanha
Foto: Paulo Rocha

Após embate pelo comando do União Brasil no Ceará, foi confirmado que a presidência estadual do partido deve ficar com o deputado federal Capitão Wagner (UB), pré-candidato da oposição ao Governo do Estado.

A definição deve mudar a composição do Legislativo, com a chegada de parlamentares opositores à legenda e a saída de aliados do governador Camilo Santana (PT) e do grupo político comandado pelo senador Cid Gomes (PDT). 

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Fruto da fusão do DEM e do PSL, a criação do União Brasil foi aprovada pela Justiça Eleitoral no início de fevereiro, mas meses antes já vinha sendo alvo de disputas no Estado. A legenda passou a ser a maior do País, com uma bancada federal de 81 deputados federais e sete senadores. 

Ex-presidente estadual do DEM, Chiquinho Feitosa vinha, nos bastidores, tentando manter o controle do novo partido e, por consequência, a manutenção do grupo na base governista. 

Bancada na Câmara Federal

O grupo governista prometia fazer até cinco deputados pelo União Brasil. Eleito pelo DEM para a Câmara dos Deputados, Aníbal Gomes deve ser um dos governistas a desembarcar do novo partido com a confirmação de Wagner na presidência. 

"Apesar da minha amizade com Capitão Wagner, se ficar com ele, eu não vou poder permanecer. Pertenço a um grupo político comandado pelo Cid, que sou ligado há muito tempo", afirma. Por outro lado, outros parlamentares federais devem se filiar à sigla.

Eleito pelo PSL, Heitor Freire deve permanecer no União Brasil, enquanto o deputado federal Vaidon Oliveira (Pros) deve tentar a reeleição pela nova legenda. Outro nome cotado para chegar ao partido é o de Danilo Lopes (PSDB). 

O grupo opositor também tem quadros fortes que devem tentar pela primeira vez uma vaga para a Câmara Federal, como a deputada estadual Fernanda Pessoa (PSDB) – que contará com o apoio do pai e prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PSDB) – e Dayany Bittencourt, esposa de Wagner e que anunciou a desfiliação do Republicanos. 

Assembleia Legislativa

No parlamento estadual, o único deputado originalmente do DEM é João Jaime – os dois deputados estaduais eleitos pelo PSL se desfiliaram do partido. Apesar de ser da base governista na Assembleia Legislativa do Ceará, João Jaime garante que a intenção é "permanecer" no União Brasil.

"Eu não pretendo sair do partido", ressalta. Indagado sobre como ficaria a situação, já que a legenda iria para a oposição, Jaime citou o exemplo do PL no estado. "O PL vai apoiar o (presidente Jair) Bolsonaro, mas (no Ceará) tem várias pessoas que não vão". 

Outros dois deputados estaduais têm o União Brasil como possibilidade de filiação: Heitor Férrer (SD) e Apóstolo Luiz Henrique (PP), que chegou a conversar com Capitão Wagner sobre possível mudança partidária. Nenhum dos dois, no entanto, confirmou a filiação. 

Câmara Municipal de Fortaleza

O União Brasil conta com dois vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza, Cláudia Gomes (ex-filiada ao DEM) e Marcelo Lemos (ex-filiado ao PSL). Ambos, integram a base aliada ao prefeito José Sarto (PDT) na Casa. Cláudia Gomes disse que, com a definição tirando o comando do partido de Chiquinho Feitosa, ela não deve permanecer na sigla. 

“Eu não permanecerei no partido. Eu já tenho outros convites, estou analisando o que vou fazer”, explica. A reportagem tentou contato com o vereador Marcelo Lemos para saber qual será o destino após a definição do comando, mas não obteve resposta.  

Aliados a Capitão Wagner, três vereadores da oposição na Câmara devem se filiar ao União Brasil: Márcio Martins (Pros), Sargento Reginauro (Pros) e Julierme Sena (Pros). Os dois últimos já com pré-candidaturas confirmadas à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados, respectivamente. 

Também da bancada de oposição à direita na Câmara Municipal, a vereadora Priscila Costa (PSC) tem o União Brasil como uma das opções de filiação. Pré-candidata a deputada federal, Costa também avalia possível filiação ao PL.

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