O deputado federal Capitão Wagner vai assumir o comando do União Brasil no Ceará. A decisão já está tomada pelo comando nacional da legenda e será formalizada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em breve. Fontes desta coluna na oposição confirmam a informação. Governistas já haviam jogado a toalha na manhã desta terça-feira (15).
O anúncio põe fim a um embate de bastidores que envolveu diversas lideranças políticas locais e nacionais e acabou vencido pelo pré-candidato ao governo do Estado pela oposição. A confirmação impõe derrota ao grupo governista local que fez investidas para ficar com a legenda.
O concorrente de Wagner na disputa era Chiquinho Feitosa, suplente de senador e ex-presidente do DEM no Ceará. Feitosa é próximo do comando do grupo governista local e envolveu nos diálogos o governador Camilo Santana e o senador Cid Gomes, além de figuras do DEM como ACM Neto e o governador Ronaldo Caiado, de Goiás.
Decisão central na corrida eleitoral
Conforme já nos referimos nesta coluna, esta é a primeira decisão estratégica a mexer com o cenário do ano eleitoral. Com um partido robusto – o maior do País em representação na Câmara dos Deputados – a oposição se fortalece para o pelo governo do Estado.
Ter a maior legenda significa para o grupo de Capitão Wagner mais recursos para a campanha eleitoral, mais tempo de propaganda no rádio e TV e mais envergadura para buscar novos apoios com vistas ao pleito.
Ao que tudo indica, Wagner será mesmo o candidato do grupo conservador, ligado ao presidente Jair Bolsonaro, contra o governismo local sob a liderança de Cid, Ciro Gomes e do governador Camilo Santana (PT).
Além do União Brasil, a oposição já tem acordo para o apoio do Podemos e do PTB, por exemplo. Há a expectativa entre aliados de Capitão Wagner de que o PL, ao qual está filiado o presidente Bolsonaro, também vá formalmente apoiar a candidatura majoritária.
A se confirmar essa conjuntura, o candidato da oposição sairá em 2022 com uma estrutura partidária bem mais robusta do que ocorreu em 2020, na disputa pela Prefeitura de Fortaleza.
Embate pelo partido
A disputa pelo União Brasil começou antes mesmo da decisão de fusão entre DEM e PSL. No ano passado, um entendimento entre Luciano Bivar e Capitão Wagner firmou compromisso de repassar o comando estadual do PSL ao parlamentar cearense, em substituição a Heitor Freire.
O debate sobre a fusão deu uma pausa nos diálogos anteriores, que ficaram aguardando as definições nacionais. Passada esta fase, com Chiquinho Feitosa sendo presidente estadual do DEM, teve início uma disputa pelo comando da nova legenda.
A disputa envolvia o compromisso por um quantitativo de votos em torno de 700 mil, que garantiria a eleição de quatro deputados federais, e debates sobre as composições das chapas majoritárias no estado.
Em determinados momentos, ficou parecendo que o comando nacional da sigla estava fazendo leilão para ver quem dava mais.
Até o início desta semana, o grupo governista fez investidas para ter o partido, prometendo a filiação de parlamentares com mandato e prefeitos. Não surtiu efeito.