Base aliada governista e oposição seguem, nos bastidores, travando uma batalha para atrair o União Brasil, maior partido do País, no Ceará. O partido está em fase de definição dos diretórios estaduais e deve, a qualquer momento, apresentar a lista ao Tribunal Superior Eleitoral. Enquanto isso, as lideranças políticas travam uma batalha pela legenda na reta final da janela partidária.
Aliados do deputado federal Capitão Wagner, pré-candidato ao Governo do Estado pela oposição, já dão como certa a filiação dele e do seu grupo político à nova legenda. Há expectativa, inclusive, de a questão ser resolvida ainda nesta segunda-feira (14), em Brasília, informam fontes desta coluna.
O contato de Wagner tem sido com o próprio presidente do Partido, Luciano Bivar. Antes da fusão das duas siglas, já havia um compromisso de Bivar em ceder a presidência do PSL no Ceará a Capitão Wagner. Agora, com a divisão de poder na nova legenda, os interesses precisam ser acomodados.
Do lado governista, entretanto, o jogo ainda não é dado como perdido. Aliados de Chiquinho Feitosa, suplente de senador e ex-presidente do DEM no Estado, dizem que ele tem o apoio de nomes como o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e Antônio de Rueda, todos da cúpula do novo partido.
O imbróglio, que prometia ser resolvido logo no início da janela partidária, se arrasta até agora, em cenário de indefinição, pelo menos até o fim da manhã desta segunda-feira.
No fim de semana passado, Chiquinho esteve com Ronaldo Caiado e causou rumores em relação ao assunto.
Outra governista que está nas articulações é Gorete Pereira, ex-deputada federal. Em contato com esta Coluna, ela diz que as articulações estão em andamento e que o grupo governista local está disposto ceder grande estrutura à Legenda no Estado.
“Nos reunimos recentemente com um grupo de 11 vereadores de Fortaleza. Temos a possibilidade de levar esse grupo e também vários prefeitos no Ceará. Vamos continuar conversando e tentando. Está uma luta grande”.
Segundo ela, o comando do grupo governista promete fazer até 5 deputados federais pela nova legenda. Essa possibilidade de eleição de deputados federais, inclusive, é um dos temas centrais das conversas de bastidores.
Capitão Wagner, que deve lançar a esposa, ‘Dayany do Capitão’, como candidata a deputada federal, anunciou a desfiliação dela do Republicanos para ir à nova legenda. Além dela, os oposicionistas prometem levar um grupo forte para a chapa de federais da Legenda.
Decisão central na sucessão
A definição do União Brasil será estratégica na sucessão estadual. Se a Legenda for para a oposição, fortalece a chapa de Capitão Wagner, que teria mais tempo de propaganda em Rádio e TV, além dos recursos para financiar seu pleito.
O União Brasil daria envergadura maior à postulação e mais força para o grupo que se alinha ao presidente Jair Bolsonaro no Ceará.
Do lado governista, um partido a fortalecer a coligação que deve ter legendas de esquerda, centro-esquerda e também da centro-direita.