Sem Tasso no Senado em 2023, PSDB Ceará muda presidência e tenta reorganizar força no Legislativo
Sigla planeja eleger quatro deputados estaduais e três federais
De saída do Senado Federal, Tasso Jereissati (PSDB) coordena uma reestruturação do diretório estadual tucano no Ceará para dar um novo “fôlego” ao partido. A sigla, que já chegou a comandar o Governo do Estado por 16 anos, conta, atualmente, com apenas uma deputada estadual e um federal – ambos de saída da sigla –, além da cadeira a ser deixada por Tasso a partir do próximo ano. Sob comando do suplente de senador Chiquinho Feitosa (PSDB), a legenda espera viver “um novo ciclo” no Ceará.
Em evento prestigiado por quadros do PDT, PL e Pros, o presidente do diretório estadual tucano, o ex-senador Luiz Pontes, passou o cargo para Feitosa nesta segunda-feira (21), na Assembleia Legislativa do Ceará.
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Em seu discurso, o ex-mandatário fez uma avaliação das dificuldades encontradas pela sigla no Estado. “Houve momentos em que ficamos Tasso e eu, em seu gabinete, conversando: ‘e aí? O que vamos fazer?’”, revelou Pontes.
“Mas não nos curvamos. Saíram deputados, prefeitos, mas nunca aceitamos filiar, entre pessoas do nosso lado, alguém que não tivesse o comprometimento da ética partidária, de pensar socialmente nos projetos, nos avanços que o partido deu”
“Novo ciclo”
Principal nome da sigla no Estado, o senador Tasso Jereissati fez questão de ressaltar a missão que terá Chiquinho Feitosa. “É um trabalho de reconstrução, de fazer uma base de deputados estaduais, federais e prefeitos”, disse.
“É um momento importante para a história do PSDB. Tudo na vida tem seu ciclo: cresce, passa pelo auge e esse momento vai passando. Estamos iniciando um novo ciclo”, afirmou.
“Ele vem nesse processo difícil de substituir Luiz Pontes, substituir e comandar o processo de renovação. Já temos ótimos candidatos a deputados estaduais, então Chiquinho vai liderar esse pessoal, formando um PSDB com as mesmas características e princípios do PSDB que foi fundado, mas atualizado ao mundo de hoje, que é completamente diferente, e a gente tem que olhar”
De olho no Legislativo
Esse novo ciclo tucano tem metas quantitativas. Conforme os dirigentes da sigla, a expectativa é eleger ao menos quatro deputados estaduais e três federais no pleito deste ano.
“(Estamos) organizando uma chapa que, com toda certeza, será uma chapa onde teremos a oportunidade de eleger uma boa bancada (...) Vamos tocar o legado do PSDB no Ceará, esse partido que é tão querido e tão amado”
Já nesta segunda-feira, a sigla recebeu novos filiados, entre eles o deputado estadual Gordim Araújo, a ex-primeira-dama Natália Herculano e o ex-deputado Diego Barreto. Atuais integrantes dos quadros tucanos também devem disputar vaga no Legislativo, como: os vereadores de Fortaleza Jorge Pinheiro e Cônsul do Povo.
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“É uma turma nova que o Tasso teve a oportunidade de conversar na semana passada. O Tasso, inclusive, não quer mais disputar mandato, mas eu nunca vi ele querendo tanto participar, está participando de tudo (...) Essa nova geração que está chegando tem que acreditar que a gente pode mudar esse ciclo”, concluiu Luiz Pontes, agora ex-presidente do PSDB-CE.
Aliança PSDB-PDT
Se, por um lado, o PSDB articula o futuro no Legislativo, por outro, a definição sobre o Executivo está acertada: a sigla irá manter a aliança com o PDT no Ceará. Chiquinho Feitosa, que também é próximo ao senador Cid Gomes (PDT), disse que irá se permanecer na base do governador Camilo Santana (PT).
“Nosso propósito é estar dentro do processo sucessório, não podemos retroagir. Reconhecemos o belo trabalho que foi feito no Ceará nos últimos anos”, finalizou.
A nível federal, aí sim o cenário é mais incerto. Os tucanos decidiram lançar o nome do governador de São Paulo, João Dória, para encabeçar uma chapa na disputa pelo Governo Federal. O mandatário, no entanto, não contou com o apoio de Tasso na disputa interna da sigla. O cearense defende o nome de Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul.
“O candidato oficial é o Dória, mas precisamos ver se ele tem o desempenho, se não tiver, precisamos pensar, mas o candidato é o Dória”, disse.
O tucano defende que “qualquer candidato que não engatar” nas pesquisas repense estar na disputa presidencial. “Tem muito candidato na chamada terceira via, tem que diminuir”, finalizou.