'Percebi que não sou persona grata no Governo do Estado', diz Sarto sobre relação com Elmano
Gestor reclamou de falta de diálogo do Governo sobre Fortaleza
O prefeito José Sarto (PDT) voltou a reclamar, nesta quarta-feira (10), do tratamento que vem recebendo do Governo do Ceará enquanto gestor da Capital. Em entrevista ao Conexão Verdinha, ele destacou que já tentou dialogar várias vezes com governador Elmano de Freitas (PT) para discutir projetos e problemas de Fortaleza, mas percebeu que não é uma "persona grata" do Poder Executivo Estadual.
"[Houve] várias tentativas, inclusive por escrito, publicamente, em solenidades, até o ano passado. Depois, eu percebi que eu não sou 'persona grata' lá no Governo do Estado, não entendo o porquê. Eu sou prefeito de Fortaleza, e eu estou lá enquanto prefeito de Fortaleza. A pessoa física José Sarto Nogueira Moreira é outra coisa. Há de haver separação entre entidades"
O Diário do Nordeste buscou o governador Elmano, por meio da sua assessoria de imprensa, para comentar as declarações do prefeito. Se houver resposta, a matéria será atualizada.
Ainda segundo Sarto, Elmano só o recebeu uma vez, em agosto do ano passado. Sem diálogo, segundo o gestor, não há projetos compartilhados entre os entes na Capital. Apesar disso, citou, não falta atendimento de Saúde em equipamentos do Município para a população de outras regiões do Estado e não há obras paradas.
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"O ex-prefeito Roberto Cláudio teve parceria durante seis anos com o Governo do Estado e Governo Federal; a ex-prefeita Luizianne Lins teve apoio do governador Cid, do Governo Federal; e o prefeito Sarto não tem o apoio do Governo do Estado nem do Governo Federal, mas tem apoio da população e de Deus, que está nos ajudando a conduzir", frisou o prefeito.
"Em que pese tudo isso, Fortaleza não tem uma obra parada. Fortaleza, hoje, parece que carrega o Estado na área da Saúde. Veja o [Instituto] José Frota: 50% dos atendimentos são do Interior; veja oncologia, 65% é do Interior. E vamos continuar atendendo"
Pirambu
O prefeito criticou, ainda, as ações da Segurança Pública do Governo do Estado na Capital, que tem afetado a execução de obras da Prefeitura. Um dos episódios mais recentes ocorreu no dia 4 deste mês, quando uma retroescavadeira da obra de urbanização da Vila do Mar, no bairro Pirambu, foi incendiada por criminosos. Segundo Sarto, o Governo não emitiu nem uma "nota lacônica, depressiva" sobre o episódio.
"O Pirambu foi fechado, as facções resolveram fechar, fechou e acabou. Nem uma notinha do Governo lacônica, depressiva, sobre a situação do Pirambu. Agora, esses dias, eu fui lá porque queimaram o canteiro de obra da empresa que está fazendo a Vila do Mar [...], quando eu cheguei lá, na segunda-feira, a Polícia Militar não tinha estado lá até então. Chegou quando eu cheguei", reclamou o gestor.
Segundo a Guarda Municipal à época, uma facção exigiu a paralisação da obra. A motivação, segundo investigação da Polícia Civil, seria o baixo valor pago em indenizações pela Prefeitura pelas desapropriações feitas no local.