Apuração Eleições 2024 Legislativo Judiciário Executivo

Estado aguarda perícia da Prefeitura na Ponte dos Ingleses, diz líder do governo Elmano na Alece

Segundo o líder do governo, a construção não apresenta situação favorável a realização das intervenções

Escrito por Bruno Leite , bruno.leite@svm.com.br
Foto de Romeu Aldigueri na Alece
Legenda: Líder do Governo Elmano comenta estado atual do imbróglio envolvendo Estado e Prefeitura de Fortaleza
Foto: Reprodução / ASCOM

O deputado estadual Romeu Aldigueri (PDT), líder do governo Elmano na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), declarou, nesta sexta-feira (28), que o estado aguarda que a Prefeitura de Fortaleza realize uma perícia na Ponte dos Ingleses para avaliar a situação estrutural do local.

O equipamento centenário, localizado na região da Praia de Iracema, se tornou objeto de uma disputa de competências e protagonizou trocas de farpas entre o governador Elmano de Freitas (PT) e o prefeito da capital cearense José Sarto (PDT). Os desentendimentos públicos estão sendo vistos desde a última quarta-feira (26).

"A questão ali é vida humana, segurança. O Estado mandou avaliar a parte estrutural e nós temos um laudo com 15 páginas, assinado por três engenheiros, com vídeos que a população de Fortaleza toda viu e o estado notificou a Prefeitura", alegou o parlamentar em entrevista ao Diário do Nordeste.

Veja também

De acordo com Aldiguieri, o documento remetido ao Município apontava que a parte da estrutura que fica sob a maré não tinha sido recuperada da maneira que o projeto inicial exigia. Além disso, teriam sido encontradas rachaduras nos pilares de sustentação. Ainda segundo o líder do governo, a construção não apresenta situação favorável a realização das intervenções subsequentes, de responsabilidade da gestão estadual.

"O que o Estado quer é segurança, que a Prefeitura apresente a perícia, termine a obra, execute a intervenção estrutural conforme o projeto que foi concebido", exigiu o representante, que também questionou a responsabilidade da administração municipal em fiscalizar a execução do contrato e da atuação de engenheiros que assinaram os documentos após a conclusão da etapa que seria de dever do governo Sarto.

Cronograma da obra

O local está fechado para visitação desde 2018. Na época, o então governador Camilo Santana (PT) formalizou um convênio com o então prefeito Roberto Cláudio (PDT) com o intuito de que os dois entes públicos comandados por eles tocassem as obras de revitalização em duas etapas. O Município ficaria com a recuperação da parte estrutural e o Estado com a urbanização e construções acima do assoalho. Tudo custaria em torno de R$ 19 milhões.

Veja também

O valor da parte que cabia à Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) foi orçado em R$ 4,1 milhões. Dentre as obrigações previstas estavam a recuperação dos pilares e vigas, a concretagem das ferragens e a ancoragem da edificação. A previsão de conclusão dos trabalhos era de 6 meses, mas os processos terminaram apenas em junho de 2022.

Nessa data, alegando ter concluído o acordo, a Seinf entregou o espaço para a Superintendência de Obras Públicas (SOP), para que a pasta estadual pudesse dar continuidade ao projeto. O Estado, no entanto, rescindiu o contrato com a empresa responsável pela recuperação estrutural, com orçamento de R$ 2,6 milhões do contrato de março de 2022, como mostrou o DN à época.

Em fevereiro deste ano, em contato com a reportagem, a administração estadual afirmou que as intervenções sob seu raio de atuação deveriam voltar naquele mês, porém, segundo alegou o governo, não havia um prazo estipulado para a entrega final daquele que é um dos principais cartões postais da cidade.

Num movimento mais recente, na quarta-feira (26), quando todo o "bate-boca" teve início, o prefeito Sarto anunciou que a Prefeitura de Fortaleza assumiria sozinha a obra do bem histórico.

Questionado agora sobre o estabelecimento de um prazo, o líder Romeu Aldigueri disse que os próximos passos do governo estadual na Ponte dos Ingleses dependem de uma iniciativa da gestão a fim de regularizar o que foi acordado.

"Não podemos ter a irresponsabilidade de fazer uma obra onde tem um laudo técnico dizendo que a obra não foi executada corretamente, que não foi realizada a fundação", ponderou.

Este conteúdo é útil para você?
Assuntos Relacionados