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'Espero que o presidente Lula não vá em palanque', diz Lupi sobre disputa PT x PDT em Fortaleza

Apesar de estarem unidos ao nível federal, PDT e PT são rompidos no Estado e na Capital

Escrito por Alessandra Castro , alessandra.castro@svm.com.br
Carlos Lupi
Legenda: Para ministro, Lula não deve ir em "palanques divididos" para respeitar o arco de alianças do Governo Federal
Foto: Fabiane de Paula

Ministro da Previdência Social do Governo Lula (PT), Carlos Lupi (PDT) disse esperar que o presidente "não vá em palanque" durante a eleição pela Prefeitura de Fortaleza. A declaração foi concedida em entrevista ao Bom dia, Nordeste, da Verdinha FM 92,5, nesta segunda-feira (24).

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Apesar de integrar a base governista do Governo Lula, o PDT é rompido com o PT no Estado e na Capital. O PDT tem o prefeito José Sarto como pré-candidato à reeleição, enquanto o PT tem o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão, como pretenso postulante. Evandro, inclusive, deixou o PDT no fim do ano passado para compor os quadros petista de olho na eleição pelo Paço Municipal em 2024. 

"Aí em Fortaleza, no Ceará, como um todo, temos uma realidade muito difícil, uma briga interna muito grande entre PT e PDT. Nós vamos ter o atual prefeito Sarto como candidato à reeleição, o PT provavelmente terá o seu candidato, e o que eu espero é que o presidente Lula não vá em um palanque porque significa acirrar mais os ânimos. Aí a luta deve ser local, como deve ser uma luta pela prefeitura" 
Carlos Lupi (PDT)
Ministro da Previdência Social

"O que é mais provável, o que eu estou avaliando em todas as conversas, é que o presidente Lula não vá em palanques divididos, só vá em palanque onde tem a unidade da sua base", acrescentou. 

Em entrevista à Verdinha realizada na semana passada, Lula informou que deve levar em consideração quem são os adversários nas cidades, tendo em vista que, em alguns locais, partidos aliados estarão em disputa.

"O papel do presidente da República é um papel que exige mais cuidado e mais responsabilidade. Eu tenho que levar em conta que eu, embora pertença a um partido político, eu tenho uma base de apoio no Congresso Nacional que extrapola o meu partido político. Então, eu tenho que levar em conta se nas cidades esses partidos que me apoiam estão disputando, eu tenho que levar em conta quem são os adversários… E aí, naquele que o adversário for um adversário ideológico, um adversário dos negacionistas, você pode ter certeza que eu vou fazer campanha", ressaltou o mandatário.

"Eu vou fazer campanha para os candidatos que eu acho que vão melhorar a vida do povo. Mas com muito cuidado, porque eu também não posso ser pego de surpresa e depois ter um revés no Congresso Nacional de descontentamento", complementou.

Disputa por mandatos

PT e PDT viraram adversários políticos no âmbito do Governo do Ceará na eleição de 2022. Uma parte de correligionários da legenda defendia a retomada da aliança após o resultado do pleito, o que acabou sendo rechaçado pela cúpula de Fortaleza e pela Executiva Nacional. Houve disputa interna, que se alongou por todo o ano passado e culminou em um racha no partido.  

Com a ruptura, a sigla brizolista acabou perdendo o senador Cid Gomes (PSB), o deputado estadual Evandro Leitão (PT) e uma comitiva de prefeitos que se filiaram ao PSB ou ao PT para seguir na base governista. Além disso, parte da bancada estadual do PDT pleiteia na Justiça Eleitoral a desfiliação da agremiação. Carta de anuência concedidas e a Evandro Leitão ainda são alvos de disputa jurídica. 

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Para Lupi, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve, inclusive, reconhecer a "fidelidade partidária" e invalidar as cartas de anuência de parlamentares da legenda que desejam sair. Em abril deste ano, membros do TRE-CE decidiram, por unanimidade, pela procedência da ação que pretende justificar as desfiliações de 14 pedetistas, dentre os quais 12 deputados estaduais cearenses, garantindo-lhes a continuidade do exercício do mandato parlamentar. 

"A questão dos parlamentares, a legislação é clara: o mandato pertence aos partidos. Parlamentar só tem direito a sair do partido naquele período de seis meses antes da eleição. Todos que fazem ou querem sair antes desse período, por algum arranjo, terão que sequestrar na Justiça, que é o que nós estamos fazendo. A maioria não saiu, parece que foi um parlamentar que saiu, que foi o presidente da Assembleia Legislativa. Vai ser julgado agora pelo TSE, e eu tenho certeza de que (a Justiça Eleitoral) vai reconhecer a fidelidade partidária e (ele) só poderá sair seis meses antes da eleição, como diz a lei e a Constituição Federal", frisou Lupi. 

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