Em Sobral, deputado Moses Rodrigues recebe voz de prisão por aglomeração; veja vídeo
Os apoiadores do político se revoltaram e, em meio à confusão, ele também deu voz de prisão aos promotores por abuso de autoridade. O deputado presta depoimento à PF sobre o caso
O deputado federal Moses Rodrigues (União Brasil), filho do candidato à Prefeitura de Sobral, Oscar Rodrigues (União), recebeu voz de prisão neste domingo (6) por desrespeitar ordens de promotores eleitorais e não interromper aglomerações em frente a locais de votação do município. Em resposta, o político também deu voz de prisão aos promotores por "abuso de autoridade".
O Diário do Nordeste apurou que os promotores que deram voz de prisão ao deputado por aglomeração quiseram que ele saísse do local algemado. No entanto, um acordo teria sido feito para que o político fosse prestar depoimento no Fórum Eleitoral em seu próprio carro, acompanhado por uma autoridade policial e escoltado por uma viatura com agentes federais.
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O que aconteceu?
Moses participava de uma aglomeração em frente a um local de votação em Sobral, neste domingo de primeiro turno das eleições municipais, quando foi orientado por promotores eleitorais a dispersar o grupo. O deputado teria resistido à ordem e, por isso, recebido voz de prisão pelos promotores.
O filho de Oscar Rodrigues também não teria aceitado a segunda ordem e teria entrado em conflito com policiais federais que faziam a segurança local. Um vídeo gravado no momento mostra apoiadores do político criticando a postura dos juristas e alegando que não precisavam levá-lo algemado.
Em meio à confusão, Moses teria, também, dado voz de prisão a um promotor eleitoral por abuso de autoridade. Esta informação foi confirmada ao Diário do Nordeste por um comandante da Polícia Militar no município. O caso segue em apuração e, até o fechamento desta matéria, Moses ainda prestava depoimento à Polícia Federal sobre o caso.
Repúdio
Uma nota de repúdio da Associação Cearense do Ministério Público, assinada pelo presidente, Herbet Gonçalves Santos, explica que Moses desrespeitou ordens dos promotores eleitorais Karina Mota Correia e Rodrigo Manso Damasceno, que queriam que o deputado dispersasse aglomerações próximo a locais de votação em Sobral.
"As orientações dos promotores eleitorais, amparadas na Constituição Federal, no art.39-A,§ 1º da Lei 9.504/97, além de outros dispositivos legais a ser apreciado pelas autoridades competentes, objetivaram garantir a lisura das eleições e a proteção dos próprios eleitores, evitando qualquer possibilidade de 'boca de urna' ou situação ilegal que pudesse comprometer a integridade do processo eleitoral no município sobralense", informou, em nota, a associação.
Por fim, o órgão argumentou que "o desprezo à lisura das eleições e às orientações das autoridades competentes não é postura condizente com um parlamentar federal" e condenou amplamente "quaisquer atitudes ofensivas às instituições públicas ou ao sistema de Justiça".