Em ato pró-Bolsonaro, Daniel Silveira diz que sua prisão foi 'inconstitucional'
O deputado federal foi condenado pelo STF por crimes contra a segurança nacional mas recebeu perdão especial do presidente Jair Bolsonaro, se livrando da prisão
O deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) participou de ato em favor do presidente Jair Bolsonaro (PT) na manhã deste domingo, 1º de maio, na praia de Icaraí, em Niterói (RJ), e defendeu que sua prisão foi “inconstitucional”.
O parlamentar havia sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 20 de março por crimes contra a segurança nacional, a honra do Poder Judiciário e a ordem política e social do País. No entanto, no dia seguinte à condenação, recebeu uma “graça” — um tipo de indulto ou “perdão” — do presidente Bolsonaro que o livrou de ir para a prisão.
No Rio de Janeiro, no ato deste domingo, Silveira não mencionou o STF, mas agradeceu o apoio que tem recebido de outros parlamentares bolsonaristas, como Carlos Jordy (PSL-RJ), após ser condenado pela Corte, e defendeu, também, a liberdade de “presos políticos” como Roberto Jefferson e o blogueiro Allan dos Santos, que está foragido nos Estados Unidos — ele foi acusado de disseminar fake news e atacar o STF.
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"Quem manda no Brasil somos nós"
“Isso é inadmissível em um país que grita democracia. Fala que tem democracia, mas age como ditadura. Não se dobrem perante a arbitrariedades estatais. Quem manda no Brasil somos nós”, declarou o deputado, segundo informações do g1.
De acordo com a CNN Brasil, Silveira foi recebido pelos manifestantes na praia carioca aos gritos de “Daniel, senador” por ser pré-candidato ao Senado pelo Rio.
“O presidente [Bolsonaro] disse: ‘a liberdade vale mais que a própria vida’. O que é um homem, uma mulher, sem liberdade? Não vive, tão somente existe. Nós não vamos existir, vamos viver e vamos, sim, colocar o Brasil na liberdade que o presidente tanto sonha, tá certo?”, incitou o deputado em um carro de som.
Embora não tenha, ele mesmo, mencionado o STF no ato deste domingo, Silveira foi anunciado por apoiadores no carro de som como "o homem que vai explodir o STF, o homem-bomba", segundo a Folha de S. Paulo.
O mesmo jornal relatou que, ao fim do ato, Silveira segurou uma placa de rua com seu nome, em alusão ao momento em que segurou e destruiu uma placa semelhante com o nome da vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em 2018. À época, ele era candidato a deputado pelo PSL, partido ao qual Bolsonaro também fazia parte quando pré-candidato à Presidência.