Chefe da Casa Civil, Chagas Vieira rebate críticas da oposição à alta no preço dos alimentos no Ceará
O secretário afirmou que itens da cesta básica têm imposto zerado no Estado
O secretário-chefe da Casa Civil, Chagas Vieira, publicou um vídeo nas redes sociais, nesta terça-feira (11), para rebater críticas de opositores ao preço dos alimentos praticado no Ceará. Isso porque a oposição alega que parte da "culpa" pela alta dos preços é do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de responsabilidade estadual.
"Vi um vídeo do presidente do PL aqui no Ceará [Carmelo Neto] e do atual bolsonarista, ex-prefeito de Fortaleza, RC [Roberto Cláudio], tentando acusar o Governo do Estado de ser o responsável pela alta nos alimentos. Eles não estão falando a verdade e sabem disso", começou o secretário.
No vídeo, Chagas aparece dentro de um supermercado de Fortaleza, passeando entre prateleiras e argumentando que os principais itens da cesta básica têm imposto zerado no Ceará pelo governador Elmano de Freitas (PT). "O ovo tem imposto zero, ICMS zero. E, assim como o ovo, também têm imposto zero: feijão, milho, farinha, hortifrutigranjeiros, frango, carne de ovinos e caprinos, leite, queijo", mencionou o gestor.
Ele acrescentou ainda que, além disso, há produtos que, mesmo não tendo imposto zero, têm redução de 65% no ICMS, como arroz e o café. "Isso, eles não te contam", critica.
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'Claro que estão caros', reconhece secretário sobre preços dos alimentos
No vídeo, Chagas reconheceu que alguns alimentos estão caros, mas negou que seja responsabilidade do Estado. "Que os alimentos estão caros? Claro que estão caros, a gente está vendo que estão, mas por outras razões. Inclusive, razões que eles [RC e Carmelo] sabem que são tanto aqui do Brasil como, também, de fora", explicou.
Um exemplo dessas motivações externas pode ser o aumento no preço da bandeja de 30 ovos, que chega a quase R$ 30 em alguns supermercados, sendo mais caro que o quilo do peito de frango e que a bisteca suína, que podem ser encontrados por até R$ 25,90, conforme reportagem do Diário do Nordeste. Isso tem ocorrido por diversos fatores, entre eles, o avanço da gripe viária nos Estados Unidos, que leva ao abate de galinhas e afeta a produção de ovos, gerando descompasso entre oferta e demanda no mercado internacional.
"Por isso, o Governo Federal tomou algumas iniciativas para baratear ou zerar o imposto de importação em alguns produtos", continuou Chagas.
Nesse trecho, o chefe da Casa Civil se referiu ao pacote de medidas anunciado na semana passada pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta zerar impostos de importação de itens de alimentação considerados essenciais, como carne, óleo, café e azeite, para baratear os produtos nas prateleiras.
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Críticas à oposição
Por fim, em seu relato, Chagas menciona o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e lembra o período em que a gasolina chegou a custar R$ 9 no Ceará.
"O que esse pessoal não te conta é que, no tempo do Bolsonaro, o presidente deles, a gasolina, aqui no Ceará, chegou a R$ 9. Eles não te contam que a carne e vários outros produtos estavam com preço nas alturas. Sabe o que o presidente deles fez nessa época? Zerou o imposto sobre jet-skis, balões e veleiros. Aí, eles bateram palma", alfinetou.
Em suas próprias redes sociais, nessa segunda-feira (10), o presidente do PL no Ceará, Carmelo Neto, havia publicado um vídeo para dizer que a tentativa do Governo de zerar imposto de importação "não deve ter resultado prático no bolso do cidadão". "Vou lançar um desafio: Lula, zera o imposto sobre produção desses alimentos, porque a gente produz no Brasil, a gente não importa. Incentiva os governadores a fazerem como o governador Tarcísio [de Freitas, de São Paulo], que zerou o ICMS sobre esses itens que estão explodindo de preço na prateleira do supermercado", provocou o político.
O ex-prefeito da Capital cearense, Roberto Cláudio (PDT), foi outro que criticou diretamente a gestão Elmano sobre esse assunto. No X, ele escreveu: "Os preços estão altos em todo o País, mas vale lembrar que, aqui no Ceará, o Governo do Estado aumentou, no ano passado, o ICMS para arrecadar mais. A principal consequência é o aumento dos preços dos produtos na prateleira, até os da cesta básica", apontou.