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Cartões de vacina de Bolsonaro e da filha foram adulterados, diz TV

TV Globo apurou que os dados do cartão de vacinação de Bolsonaro e de Laura tiveram dados falsos inseridos em dezembro do ano passado

Escrito por Redação ,
Bolsonaro e Laura estão abraçados, de costas. Laura repousa a cabeça no ombro do pai
Legenda: Investigação da Polícia Federal aponta que cartões de vacina de Bolsonaro e da filha Laura foram adulterados no ano passado
Foto: BETO BARATA/AFP

Os cartões de vacinação contra a Covid-19 do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e de sua filha Laura foram adulterados em 21 de dezembro do ano passado, pouco antes de a família viajar do Brasil para os Estados Unidos. A informação é da TV Globo, que destrincha a operação da Polícia Federal deflagrada nesta quarta-feira (3).

O órgão policial cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro, em investigação que apura a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Foram presos, nesse processo, até então, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e outros cinco suspeitos.

Além disso, a PF fez buscas na casa do ex-presidente Bolsonaro e apreendeu o celular dele. Mais cedo, a informação era de que o celular da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), também havia sido apreendido, mas ela negou isso em suas redes sociais. Os policiais também chegaram a agendar um depoimento do político para as 10 horas desta quarta, mas a defesa informou que ele não compareceria.

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Adulteração do cartão de vacinação

De acordo com apuração da TV Globo, a fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro e de Laura aconteceu no dia 21 de dezembro do ano passado, alguns dias antes da viagem que a família fez para os Estados Unidos. Os dados teriam sido modificados apenas para gerar um comprovante de imunização, necessário para atender às restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos dos dois países, destinadas a impedir a propagação da doença.

Ainda segundo a TV Globo e a Globonews, os dados foram retirados do ConecteSUS no dia 27 do mesmo mês.

Ao todo, teriam sido forjados os seguintes certificados de vacinação:

  • Do ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • Da filha de Bolsonaro, Laura, hoje com 12 anos de idade;
  • Do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid Barbosa, além da mulher e da filha dele.

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O que consta na carteira de vacinação de Bolsonaro?

Segundo a Globo, os sistemas do Ministério da Saúde indicam que Bolsonaro tomou duas doses de vacinas da Pfizer contra a Covid-19. A primeira, supostamente aplicada em 13 de agosto de 2022, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e, a segunda, supostamente aplicada no dia 14 de outubro, no mesmo local.

O ex-presidente, no entanto, foi a público nesta quarta afirmar que não se vacinou contra a doença. Além disso, Michelle, sua esposa, se pronunciou nas redes sociais alegando que, entre os familiares, somente ela foi imunizada.

A investigação aponta, conforme a Globo, porém, que os dados foram inseridos no sistema do Programa Nacional de Imunizações no dia 21 de dezembro, pelo secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, e apagados uma semana depois por Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, sob alegação de "erro".

Como funcionou o esquema?

A Globo apurou que Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, determinou que um sargento da Ajudância de Ordens da Presidência da República, identificado como Luís Marcos dos Reis, incluísse dados forjados nos sistemas do Ministério da Saúde.

A inserção de dados falsos precisou ser refeita, em outra oportunidade, porque, na primeira tentativa, foram inseridos no sistema lotes que tinham ido para outras cidades — e não para Brasília. Contudo, foi na segunda tentativa que, segundo os investigadores, os envolvidos deixaram rastros que facilitaram a apuração dos supostos crimes.

Após uma quebra de sigilo autorizada pela Justiça, a investigação teve acesso a trocas de mensagens entre os envolvidos que confirmaram a fraude. A Polícia Federal afirma, inclusive, que o objetivo do grupo com o esquema era "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas e sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".

São investigados os crimes de: 

  • Infração de medida sanitária preventiva;
  • Associação criminosa;
  • Inserção de dados falsos em sistemas de informação;
  • Corrupção de menores.

 

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