Legislativo Judiciário Executivo

Bolsonaro retoma ataques a Alexandre de Moraes e diz que ministro comete 'abusos'

O presidente criticou o ministro do STF por abrir inquérito para investigá-lo sobre a falsa comparação entre vacinas anticovid e Aids

Escrito por Diário do Nordeste e Eduardo Gayer/Estadão Conteúdo ,
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Legenda: O chefe do Executivo divulgou uma carta alegando que nunca teve intenção de agredir os Poderes
Foto: Evaristo Sá/AFP

Quase três meses após a publicação da chamada "declaração à nação", em que selou uma trégua temporária com os outros poderes, o presidente Jair Bolsonaro (PL) retomou nessa quarta-feira (8) ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na avaliação do chefe do Executivo, o magistrado comete "abusos" e "está no quintal de casa".

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Em entrevista à Gazeta do Povo, Bolsonaro criticou a decisão de Moraes de abrir inquérito sobre a live em que o presidente fez uma falsa relação entre vacinas contra Covid-19 e Aids.

"É um abuso. É o que eu disse: ele está no quintal de casa. Será que ele vai entrar? Será que ele vai ter coragem de entrar? Não é um desafio para ele. Quem tá avançando é ele, não sou eu", declarou, criticando ainda a prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson, também autorizada por Moraes. "Isso é uma violência". 

Constituição

O presidente também disse, sem detalhar, que há pessoas cruzando as quatro linhas da Constituição. Afirmando não se tratar de uma "ameaça para ninguém", ele declarou que "se quiser jogar fora das 4 linhas, eu jogo também”.

“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das 4 linhas, e quem for jogar fora das 4 linhas, não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das 4 linhas, eu jogo também. Não pretendo fazer isso, isso não é ameaça para ninguém, mas que cada uma dessas pessoas façam um juízo da sua consciência do que estão fazendo”, afirmou.

Ainda sobre o STF, Bolsonaro afirmou que seu mais recente indicado à Corte, André Mendonça, aprovado na semana passada pelo Senado, votará com o governo no julgamento do marco temporal - ou seja, contra a revisão do atual entendimento da lei.

“O André é uma pessoa que vai fazer o seu trabalho. As pautas econômicas eu tenho certeza qual é a posição do André no tocante ao novo marco temporal. […] já sabemos que o André vai ser um voto pro nosso lado. Isso não é tráfico de influência. Alguns dizem que coloquei ele lá pra defender meus interesses pessoais. Que interesse pessoal eu tenho? O que eu to sendo processado no Supremo Tribunal Federal?”, complementou. 

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