André Janones, do Avante, admite possibilidade de retirar candidatura para apoiar Lula
Pré-candidato disse que procurou Bolsonaro, Ciro e Tebet para conversar sobre possível apoio, mas teria recebido negativas de todos
O pré-candidato à Presidência da República, André Janones (Avante), admitiu, nesta sexta-feira (29), à Folha de S. Paulo, a possibilidade de retirar sua candidatura para apoiar a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O deputado federal disse estar disposto a sair da corrida presidencial. "Se não, eu não iria conversar", afirmou. "Tenho total consciência do meu tamanho do ponto de vista eleitoral, que é micro. Mas, ao mesmo tempo, tenho noção do simbolismo da minha candidatura nessa eleição", afirmou Janones ao jornal. A informação também foi confirmada ao G1.
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Diálogo com Lula
Nesta quinta-feira (28), dia em que saiu mais uma pesquisa Datafolha, Janones — que tem 1% das intenções de voto — e o petista — que tem 47%, segundo o levantamento — trocaram "flertes públicos".
No Twitter, o candidato do Avante compartilhou um texto de sua própria autoria sobre o que o motiva a querer ser presidente da República. Lula respondeu dizendo que a causa também o motiva na política. "Vamos conversar", propôs o ex-presidente.
Nesta sexta, Janones escreveu que havia procurado o presidente Bolsonaro, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e a senadora Simone Tebet (MDB) para dialogar sobre possibilidade de apoio ainda num primeiro turno.
"Bolsonaro me bloqueou, Ciro não aceitou encontrar comigo, Tebet ignorou por completo minha existência, enquanto aquele que lidera as pesquisas pediu publicamente pra conversar comigo. Humildade e democracia andam lado a lado. Convite aceito. Vamos conversar", disse ele, marcando Lula.
'Não quero cargos'
Após a repercussão da possibilidade de aliança, Janones voltou ao Twitter para rebater críticas.
"Será que desaprendemos a fazer política sem esse pragmatismo que faz tão mal pro país? Não quero cargos, nem mesmo ministérios. Quero que minhas propostas sejam encapadas por alguém que tenha mais chances no pleito. A eleição não é sobre os candidatos, mas sobre as bandeiras", afirmou.